A PSP de Mirandela, que já ouviu mais de dezena e meia de testemunhas no âmbito do inquérito ao caso da criança de 12 anos que terça-feira desapareceu no rio Tua, admitiu hoje que já existem “algumas pistas” do que aconteceu no dia 2 de Março.
“Cabe agora ao Ministério Público (MP) a decisão sobre as próximas diligências no processo”, acrescentou a fonte policial. De acordo com o comandante distrital de Bragança da PSP, Amândio Correia, existem já “algumas pistas” do que aconteceu no dia 2 de Março. O responsável não revelou, no entanto, pormenores por o caso se encontrar em segredo de justiça.
O comandante afirma ainda que a “PSP não sabe quando é o que o inquérito vai estar concluído, já que essa é uma competência do Ministério Público”. Segundo Amândio Correia explicou, a PSP participou os factos ao MP no mesmo dia em que a criança desapareceu no rio Tua. No dia seguinte o MP delegou na polícia a condução do inquérito “para se perceber os contornos do que realmente aconteceu”.
“Já foram ouvidas entre 15 e 18 pessoas entre alunos, professores, família e associação de pais”, disse o oficial da PSP. A polícia tem, segundo disse, praticamente concluído o trabalho que está a ser acompanhado em permanência pelo procurador da República, a quem competirá determinar os próximos passos do processo.
A criança de 12 anos, que frequentava a escola EB 2/3 do agrupamento Luciano Cordeiro de Mirandela, desapareceu terça-feira à hora de almoço no rio Tua, junto ao parque de merendas da cidade, para onde se deslocou na companhia de um irmão gémeo e de primos. O local é distante da escola que já abriu um processo de averiguações para apurar o que “poderá ter ocorrido no recinto da escola antes do sucedido”, segundo avançou fonte do Ministério da Educação.
O comandante confirmou também que “de facto há uma queixa” de 2008 relativamente a uma alegada agressão sofrida pela criança em causa, que a PSP comunicou ao MP, naquela ocasião. O comandante desconhece “qual o resultado” dessa participação.
A PSP de Mirandela registou também no ano lectivo anterior de 2008/2009, “três ocorrências em que foram reportadas agressões e outras tantas já neste ano lectivo a que se soma ainda o furto de um telemóvel”. “São todas situações ocorridas nas imediações, no exterior das escolas”, esclareceu o comandante.
As ocorrências dizem respeito a alunos das escolas do agrupamento Luciano Cordeiro, que integra a EB 2/3 frequentada pela criança que desapareceu no rio Tua, terça-feira à hora de almoço. A escola abriu também um inquérito interno ao caso que se espera “esteja concluído hoje e seja entregue amanhã (terça-feira) à Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), segundo disse o gabinete de imprensa do Ministério da Educação. A criança desaparecida no rio Tua tem sido referenciada como alegada vítima de violência escolar por parte de colegas da escola.
Fonte: Lusa