O deputado socialista pelo distrito de Bragança, Mota Andrade, considera que o Plano de Investimento e Despesas de Desenvolvimento para a Administração Central (PIDDAC) é um “abcesso” e nem sequer devia existir. Isto porque, segundo afirmou, há várias obras a decorrer no distrito e outras que se vão realizar e têm cabimento orçamental, mas que não estão inscritas em PIDDAC.
Exemplo disso são as obras no Centro Hospitalar do Nordeste, da GNR em Mirandela, da estrada nacional entre Bragança e Cova de Lua, bem como a auto-estrada transmontana, o IC5 e o IP2.
Mota Andrade considera, por isso, “ridículo” que os deputados do PSD façam críticas ao Governo baseados no mapa regionalizado do PIDDAC.
Os sociais-democratas eleitos pelo distrito de Bragança e de Vila Real abstiveram-se de votar o Orçamento de Estado para 2010 por uma questão de “consciência e responsabilidade” mas fizeram uma declaração de voto na qual consideram “escandaloso” que os dois distritos percam 90 por cento das verbas, em relação ao ano passado.
“É escandaloso que os investimentos em PIDDAC tenham sido reduzidos em mais de 90 % nos distritos de Bragança e de Vila Real e, muito em especial, na distribuição “per capita”, o distrito de Bragança seja o que menos recebe no País, seis vezes menos do que a média nacional e vinte vezes menos do que o distrito de Lisboa”, afirmaram num comunicado distribuído à imprensa.
Os deputados do PSD criticam ainda o que consideram como uma “obstinação” do Governo pelos grandes investimentos, como o TGV, em particular, ao passo que os investimentos de proximidade, nomeadamente nos distritos do interior, são “secundarizados”.
Críticas que Mota Andrade não aceita até porque diz nunca ter havido um Governo que realizasse um investimento tão elevado na região.
“Enquanto dirigente do PS a nível distrital não posso aceitar que outros partidos não concordem que o investimento que está a acontecer na região é o maior de sempre. Nunca isso aconteceu, nem nos Governos do PSD, nem do CDS ou do PS”, afirmou.
O deputado socialista diz, por isso, que é “ridículo” fazer declarações com base no PIDDAC já que muitas obras se encontram em curso e não fazem parte desse orçamento.