O Instituto Politécnico de Bragança criou um Núcleo de Investigação e Intervenção no Idoso. A iniciativa partiu da Escola Superior de Saúde e foi apresentada publicamente durante o sétimo congresso luso-espanhol de Gerontologia.
Este organismo vai já iniciar, em Fevereiro, um projecto de investigação, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, e que tem como objectivo referenciar e avaliar a área específica de intervenção no idoso para que a Gerontologia seja regulamentada como profissão.
Outros dos projectos candidatados e a aguardar financiamento resulta de uma parceria com o Instituto Ciências Biomédicas Abel Salazar e com a Universidade Católica, para toda a região Norte e que pretende acompanhar um grupo de idosos durante três anos e avaliar determinados parâmetros, pré-estabelecidos pelos investigadores.
Helena Pimentel, directora da Escola de Saúde, explicou que este projecto potencia as várias áreas formativas ministradas naquela escola, como seja Dietética, Análises Clínicas, Enfermagem, entre outras.
Assim, o Núcleo vai primeiramente apostar na investigação e só depois partir para a intervenção, como explicou Fernando Pereira, um dos responsáveis do organismo.
“Quando nos tivermos uma base de conhecimento suficientemente consistente, aí poderemos intervir com instituições que se ocupam mais da prática do cuidar dos idosos”.
O Núcleo de Investigação e Intervenção no Idoso foi apresentado durante o sétimo congresso luso-espanhol de Gerontologia, uma iniciativa que contou com centenas de participantes de todo o país e da vizinha Espanha.
Igreja é “fundamental” no apoio aos idosos
É nas áreas rurais que os idosos parecem sentir mais problemas, nomeadamente ao nível do isolamento. Segundo o bispo da Diocese de Bragança-Miranda, D. António Moreira, se não fosse a intervenção da Igreja, através dos cerca de 60 Centros Sociais e Paroquias existentes no distrito, esta faixa da população estaria ainda mais desprotegida.
Actualmente, no concelho de Bragança, segundo dados da autarquia, a população idosa, com mais de 65 anos, já atingiu os 25 por cento, mas o número pode ser bastante superior em outros concelhos da região.
O Bispo confessou que nas suas visitas pastorais tem verificado que o crescimento da população idosa é uma “problemática urgente” para a qual as autoridades civis e eclesiásticas têm de estar mobilizadas. D. António diz não estar pessimista em relação ao trabalho que é feito, mas aponta que é sempre possível “fazer melhor”.