De 11 a 14 de Fevereiro Vinhais volta-se a assumir-se como a capital do fumeiro naquela que é já a mais antiga feira do género no país. Mais do que um certame concelhio, ao longo de três décadas, a Feira do Fumeiro tem conseguido alcançar uma dimensão regional, com cada vez mais produtores de concelhos vizinhos, do distrito de Bragança e de Vila Real, a procurarem expor ali os seus produtos.
Organizada pela empresa municipal Turimontesinho, este ano, a Feira do Fumeiro conta com 80 produtores, dez tasquinhas, 70 artesãos e 50 expositores no espaço gourmet, um espaço destinado aos produtos regionais, como o vinho, azeite, doces típicos, entre outros.
Uma das principais particularidades deste evento é o facto de todo o fumeiro para venda ser proveniente do porco bísaro – raça autóctone com denominação de origem protegida. A organização garante ao visitante a qualidade do fumeiro rastreando todos os produtos dos seus expositores, conforme explicou Carla Alves.
“Todo o fumeiro para venda na Feira tem como matéria-prima a carne do porco bísaro. Só difere o tempero, já que teremos aqui produtores de Alijó, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Valpaços, Alijó, Vimioso e Vinhais”, apontou.
Programação de excelência
Mas mais do que vender chouriços ou salpicões, a Feira do Fumeiro assume-se, há vários anos, como uma verdadeira “festa anual” da região. Por isso, foi pensada toda uma programação que contempla várias actividades culturais e musicais, com os “Amália Hoje” a surgirem como cabeça de cartaz naquela que será a sua primeira passagem pela região transmontana, agendada para dia 12 de Fevereiro, às 22h30.
A animação está garantida ao longo dos quatro dias com os grupos tradicionais locais. No dia 13 de Fevereiro será ainda realizada uma grande luta de touros, na qual se esperam centenas de espectadores, à semelhança do que tem acontecido em outras ocasiões.
Retrospectiva de três décadas
A retrospectiva de 30 anos de Feira do Fumeiro vai ser o tema de uma exposição museológica a inaugurar na abertura do certame. Para além do registo fotográfico, os visitantes vão poder acompanhar todo o ciclo do porco e do fumeiro, através de antigas peças históricas recuperadas, como seja, o banco onde o porco era morto, o balde para a recolha do sangue, os antigos “latos” onde era fabricado o fumeiro caseiro, entre outros.
A data será ainda comemorada com o lançamento de um livro dedicado ao crescimento do certame ao longo destas três décadas.
São esperados milhares de visitantes e um retorno económico bastante substancial para os produtores e toda a economia local, (restaurantes, unidades hoteleiras locais e limítrofes, comércio, turismo). Só ano passado, a venda directa de fumeiro rendeu entre os 800 mil a um milhão de euros.