As festas de recepção aos caloiros do Instituto Politécnico de Bragança arrancam já no início de Novembro. Em Mirandela, a Associação de Estudantes está a promover um cartaz que contempla grandes nomes da música portuguesa e bandas internacionais. Tributo a System of a Down, Mata Ratos, Easyway, ou os austríacos Roy de Roy, são alguns dos nomes que vão passar por Mirandela em quatro dias de festa, de três a 6 de Novembro.
Com um orçamento de 13 mil euros, a Associação de Estudantes teve de usar alguns contactos pessoais para conseguir trazer à região algumas das bandas que integram o cartaz. Nuno Nascimento aponta, por exemplo, a vinda dos Mata Ratos, uma banda portuguesa que há muito não se ouvia, ou os Easyway, que estão nomeados para os prémios MTV, assim como os Roy de Roy, a banda austríaca de folk rock.
A semana contempla ainda o tradicional dia dedicado às tunas e outro dedicado à música popular.
Santos e Pecadores cabeça de cartaz em Bragança
Em Bragança, a Semana do Caloiro celebra-se de 9 a 13 de Novembro e traz nomes que nunca vieram à cidade, ou que já não vêm há muito tempo. É o caso dos Santos e Pecadores, que actuam no dia 13 e que se vão apresentar com um novo álbum que tem sido muito bem aceite pelo público em geral. O primeiro dia é, tradicionalmente, dedicado às tunas académicas. É também neste dia que os caloiros fazem o desfile das tochas e participam numa celebração especial na Catedral. Rui Sousa, da Associação Académica, diz que essa é “uma forma simbólica de assinalar a vinda dos novos estudantes para Bragança, uma vez que na despedida voltam a passar pela Catedral, na missa dos finalistas”.
O segundo dia traz os Orelha Negra, uma banda que segue as novas tendências da música portuguesa e do hip-hop. Depois é a vez dos Nu Soul Family e, no dia 12, do Arraial Popular e de outras bandas de música portuguesa, sendo de assinalar que, pela primeira vez, o Quim Barreiros não marcara presença.
“Não trazemos o Quim Barreiros, mas trazemos a Rosinha, o Arraial Popular, Ympério Show e George Canarinho”, referiu o presidente da academia.
A limitação orçamental é uma das causas invocadas para não trazer o ícone da música popular portuguesa, nem tão pouco alguma banda internacional, como era objectivo da Associação.
“É a nossa primeira iniciativa de uma festa anual e temos um orçamento limitado. Nem sempre é fácil escolher bandas que agradem a todos e, por isso, optamos por trazer aquelas que nunca vieram ou que não vêm há muito tempo; e que tivessem um cache adaptado ao nosso orçamento”, explicou Rui Sousa.
Ainda assim, está garantida a presença de djs de casas nocturnas da cidade, bem como de alunos do Politécnico, que, no final das actuações principais, vão prolongar a festa madrugada adentro.
O orçamento é de 85 mil euros e contempla já os gastos “extra-cartaz”, como o espaço, licenças, PSP, entre outros. Ainda que com limitações, a Associação Académica decidiu manter os preços dos bilhetes para estudantes e baixar o preço da pulseira, (que dá direito a entrar todos os dias no recinto), para não – estudantes.
Assim, os preços, para estudantes, variam entre os cinco e os 11 euros, sendo que a pulseira tem um preço de 28 euros. Para não estudantes, os preços variam entre os 7 e os 13 euros, com a pulseira a custar 35 euros.
Falta de apoios limita festa
A falta de apoios das casas comerciais de Bragança é um dos factores que limita a organização de uma melhor e maior festa dos caloiros. Rui Sousa lamenta mesmo que a população local não se aperceba de como os estudantes “mexem” com a economia da cidade e diz que a Associação Académica, sendo a maior da região transmontana, “merecia mais apoios”.
“Neste momento, o IPB conta com mais de sete mil alunos. É uma elevada população que mexe com a economia da cidade. Fazemos parte da cidade e gostávamos de ter mais colaboração, pois a cidade também lucra com os estudantes”.
Actualmente, a Associação conta com o apoio logístico da autarquia local e de algumas entidades e é “com tristeza” que constatam que necessitam mais.
Ainda assim, Rui Sousa considera que o cartaz é “equilibrado” e admite que, “se as coisas correrem bem”, poderá haver um maior investimento na Semana Académica.