A barragem de Veiguinhas foi alvo de um novo estudo de impacto ambiental tendo em vista a obtenção de uma declaração favorável que permita o arranque do empreendimento, previsto há mais de vinte ano como a “solução” para os problemas de abastecimento de água no concelho.
Este novo estudo deixa em aberto três soluções para avaliação: a construção da barragem de Veiguinhas, o transporte de água do Azibo para Bragança ou a bombagem de água da barragem de Gostei para tratamento na Estação de Montesinho. De todas as soluções, a barragem de Veiguinhas surge como a opção mais viável, em termos financeiros, com um investimento avaliado na ordem dos sete milhões de euros.
No entender de Jorge Nunes, presidente da autarquia, Veiguinhas é, como há vinte anos, “a solução economicamente mais aceitável e ambientalmente mais favorável”. Segundo indicou, as outras soluções ficam na ordem dos 23 milhões de euros e os 30 milhões de euros.
“Veiguinhas continua a ser a solução mais amiga do ambiente, quer sob o ponto de vista da construção, quer sob o ponto de vista da exploração”, considerou o autarca brigantino.
O problema do abastecimento de água à cidade, caso não seja resolvido, pode vir, no futuro, a colocar Bragança numa situação de ruptura total o que, num cenário que o autarca nem quer imaginar, colocaria até vidas humanas em risco, uma vez que “não haveria meios no país para fazer face a uma situação destas”.
“Hoje as secas são mais prolongadas e frequentes, pelo que ter uma reserva estratégica de água para Bragança é uma exigência sob o ponto de vista do desenvolvimento e da sustentabilidade do futuro do concelho”, apontou.
Recorde-se que, no Inverno de 2004/2005, Bragança enfrentou uma situação de emergência, com as reservas de água a atingirem limites mínimos, obrigando a câmara a recorrer ao transporte de água por camiões - cisterna.
A expectativa do autarca é que seja tomada uma decisão que dê o parecer positivo a Veiguinhas. O processo está a ser conduzido pelas Águas de Trás-os-Montes, entidade a quem cabe a responsabilidade do financiamento da obra. No entanto, caso haja algum condicionamento, em termos de investimento público, Jorge Nunes assume que a câmara teria capacidade para assumir o projecto, através de opções que permitissem direccionar recursos para esse investimento, considerado como “prioritário”.