Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
02 de Outubro de 2010

“Memórias II” é a nova exposição, da autoria de Ana Fernandes, que está patente no Centro Cultural Adriano Moreira, em Bragança, até dia 28 de Novembro.

São objectos que, maioritariamente, todos conseguimos identificar, pese embora muitos tenham perdido o uso: vassouras de piaçaba, antigas resistências de ferro, interruptores de porcelana ou de galalite, formas para cozer o folar, raladores, brinquedos antigos de celulóide. Ana Fernandes pegou em tudo isto e deu uma nova forma a estes objectos, transformando-os em arte, num resultado de inesperadas associações de conceitos e formas que invocam memórias de infância.

Esta é a primeira parte de uma mostra que enche a sala Luís de Camões e que vai beber muito às memórias transmontanas, patentes nas grandiosas e antigas arcas de madeira que servem de montra para alguns dos objectos.


“As arcas de madeira não são da minha autoria, infelizmente”, notou, salientando, no entanto, como muitos dos objectos transformados fizeram parte da infância de grande parte dos portugueses.

“No fundo são memórias de todos, quase todos usaram alguns dos objectos que aqui estão. Tenho aqui peças que foram dos meus avós e dos meus pais, outras que me foram gentilmente oferecidas”, contou.

Natural de Vila do Conde, a escultora considera-se uma “filha da terra”, já que é a Trás-os-Montes que vem, recorrentemente, por razões pessoais e afectivas.

“O meu marido é transmontano e há mais de 40 anos que vimos passar férias à região. fiquei como filha da terra e já sou mais transmontana do que da beira-mar. Gosto imenso dos montes, dos rios, da gastronomia, da franqueza das pessoas...tudo me atrai nesta terra”, confessou.


Mas se na primeira sala do Centro Cultural há uma invocação de memórias que remete para o passado, para a infância dos príncipes e princesas de latão, passando à segunda sala, (sala Miguel de Cervantes), temos, talvez, uma perspectiva de futuro. Recorrendo a diferentes tipos de materiais, nalguns casos, noutros reutilizando e reinventando novas formas e utilizações, Ana Fernandes construiu um modernas peças de design, objectos de parede, acessórios e jóias de uma beleza extraordinária.


É uma “continuação” das memórias sob uma vestimenta actual, futurista em alguns casos, em que vemos nascer máscaras de metal com vassouras de piaçaba, por exemplo, ou raladores que assumem formas humanizadas.

A autora, que ao longo da sua carreira trabalhou com crianças carenciadas, quis sublinhar a necessidade de utilizar, reutilizar, reciclar, reinventar, criar do nada, dando utilidade ao aparentemente inútil nem que seja, apenas, para prazer humano.

A mostra está patente até dia 28 de Novembro no Centro Cultural, em Bragança. Ana Fernandes é licenciada em Escultura pela Escola Superior de Belas Artes e foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian e da secretaria de Estado da Cultura para o Estudo das Tecnologias dos Metais Nobres. Do seu vasto currículo, destaque para o primeiro prémio de escultura da II Bienal de Arte da Associação Industrial Portuense, em 1996.

publicado por Lacra às 22:07

O passado colonialista que marcou Moçambique e Angola é visto como um dos factores que tem contribuído para que estes dois povos continuem a ter alguma “resistência” às futuras introduções previstas no Acordo Ortográfico.

Segundo Edma Satar, da Universidade de Lisboa, a Língua Portuguesa é uma realidade no dia-a-dia de Moçambique e “os moçambicanos consideram que não precisam do acordo ortográfico porque falam e escrevem como os portugueses”. Mas, para além da relutância “natural” em aceitar “pequenos ajustes”, próprios da evolução de uma língua, a especialista, natural de Moçambique, ressalta o peso que o passado colonialista ainda tem no presente do povo moçambicano.

“O termos lusofonia não é bem aceite porque ainda há muita mágoa pelo passado colonialista”, apontou, à margem dos Colóquios de Lusofonia, que terminam hoje, em Bragança.

Edma Satar considera que é necessário uma maior divulgação e explicação sobre as novas regras que se pretendem aplicar à Língua Portuguesa, até para que se possam desfazer algumas “ideias erradas”.

Uma opinião que foi partilhada por John Gadzekpo, da Nigéria, que foi convidado  dos Colóquios para abordar a Literatura Africana. Através de Pepetela e a obra “O Cão e os Caluandas”, John Gadzepo quis abordar as dificuldades da construção de um país pós-colonial como Angola.

“Nós tivemos uma história muito difícil, traumática, mas também houve coisas positivas. Como peneirar toda essa experiência para que a nação possa ir além, incorporando todos os elementos presentes, é o grande desafio da África Lusófona”, considerou.

A quebra de barreiras que se perspectiva que o novo Acordo traga para o espaço da Lusofonia é vista como a grande mais-valia, mas, para isso, Edma Satar aponta que é necessário que Portugal assuma “o papel principal”.

Através do autor Rui de Noronha, um poeta mal conhecido em Portugal, lutador do povo moçambicano em prol da independência e da autonomia, Edma Satar quis alertar para a necessidade de valorizar a Literatura Africana, que tem a particularidade de ressaltar o que houve de negativo no passado das ex-colónias.

“Este abraço entre o Brasil, as ex-colónias e Portugal é muito necessário e Portugal tem um papel principal na difusão e na aceitação de toda a nossa cultura”, salientou.

O passo a dar no futuro é “deixar para trás” o passado colonialista que tem manchado o relacionamento com a Língua Portuguesa.

 


As danças e os cantares tradicionais vão encher a Praça das Eiras, em Macedo de Cavaleiros, neste sábado, dia 2 de Outubro, em mais um Festival de Folclore.

Fundado em Outubro de 1977, o Grupo Cultural e Recreativo da Casa do Povo de Macedo de Cavaleiros tem mantido viva a identidade cultural da terra e gentes, mediante a busca incessante das danças e cantares típicos macedenses.

Reconhecido no concelho, o grupo tem-se afirmado nos diversos locais por onde vai passando, quer em Portugal, quer além fronteiras. É presença assídua na Europeade, o maior festival da cultura popular europeia.

O Rancho Folclórico e Recreativo da Casa do Povo de Macedo de Cavaleiros vai ser o anfitrião deste evento, assinalando em grande o seu 33º aniversário.

No evento vão, ainda, estar presentes o Rancho Folclórico de São Salvador de Grijó (Vila Nova de Gaia), o Rancho Paroquial de Guifões (Matosinhos) e os Pauliteiros de Salselas. 

 

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obrigado Cris:)
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