O Parque Biológico de Vinhais inaugurou uma estação de biodiversidade – um percurso devidamente sinalizado, dentro e fora do Parque Biológico, que permite aos visitantes conhecer um pouco melhor as espécies de fauna e flora que proliferam naquela zona protegida, inserida no coração do Parque Natural de Montesinho.
A iniciativa resultou de um protocolo entre a empresa municipal Turimontesinho, entidade gestora do Parque, a Tagis e o Museu de História Natural e foi apresentada ao público no dia 22 de Maio, dia da Biodiversidade.
Desde o percurso no interior do Parque, até ao Alto da Cidadelha, já no exterior, é possível encontrar oito biospots que compõe a estação da biodiversidade, ou seja, oito locais espalhados ao longo de um vasto percurso, onde proliferam determinadas espécies, sendo dada ao visitante uma explicação pormenorizada sobre essas mesmas espécies. Logo no início do percurso o visitante pode observar uma massa de água onde proliferam libélulas, libelinhas e borboletas. Já no Alto da Cidadelha, a mais de mil metros de altitude, o biospot fala da vegetação existente ao longo dos caminhos rurais.
O Parque Biológico de Vinhais é considerado uma das estações de biodiversidade mais importantes do país pelo número de espécies existentes naquele habitat. Segundo Albano Soares, representante da Tagis e do Museu de História Natural, um habitat é tanto mais saudável para os ser humano, quanto mais espécies tiver. Só para se ter uma ideia, o Parque Biológico de Vinhais tem mais de 90 por cento das espécies de borboletas existentes no país e contempla uma das maiores manchas de carvalhal negral da Europa. É uma zona que, segundo Albano Soares, se mantém praticamente igual, em termos de biodiversidade, desde a Idade Média.
O Parque Biológico tem vindo a assumir, também, um papel de grande importância na recuperação de espécies autóctones, algumas das quais se encontravam praticamente extintas, como foi o caso da cabra preta. O Parque assumiu a criação desta raça e tem estado a entregar reprodutores a criadores que pretendam trabalhar com esta raça.
Aberto há dois anos, o objectivo agora é aumentar a colecção de fauna e flora e criar novas dinâmicas que continuem a atrair visitantes a Vinhais, conforme apontou a directora, Carla Pereira.
“A nossa preocupação é aumentar as colecções pensando em todos os que nos visitam mas o Parque Biológico basta-se pelo local onde está inserido – no Parque Natural de Montesinho, uma vasta área que tem aqui uma porta de entrada explicativa e pedagógica”.
Uma das próximas apostas do Parque será a criação de um centro e de uma rota micológica que apresente aos visitantes a grande variedade de cogumelos existentes naquela área.
Já no que diz respeito às dormidas, será aumentado o número de bungalows existentes para dar resposta aos que procuram ali pernoitar. Actualmente o Parque Biológico conta com quatro bungalows com capacidade para quatro pessoas e 50 camas na Hospedaria do Parque, um solar setecentista recuperado para o efeito. A falta de dormidas tem levado a direcção a alugar também a Casa do guarda: “inicialmente não tinha esse propósito mas as pessoas gostam e como os bungalows não chegam, temos alugado esse espaço”.
O Parque Biológico de Vinhais está aberto todos os dias, das oito da manhã às dez da noite.