A Câmara Municipal de Bragança e o Ajuntamento de Zamora (Espanha) vão apresentar uma candidatura conjunta à UNESCO com vista à classificação dos respectivos centros históricos como Património Mundial da Humanidade.
A informação foi avançada, ontem, por Silva Peneda, presidente da Fundação Rei Afonso Henriques (FRAH), no final de uma reunião na cidade transmontana.
A cidadela de Bragança e o centro românico de Zamora são, respectivamente, as zonas a classificar. A fundação vai apoiar e coordenar os trabalhos da candidatura, mas Silva Peneda ressalvou que se trata de um projecto da responsabilidade das câmaras. "Estes processos são complexos, são precisas equipas técnicas muito bem apetrechadas. Já temos os meios financeiros para tudo isso, as câmaras entenderam que era importante ter uma instituição como a fundação para um papel de coordenação e de acompanhamento em termos de critérios e formato, para acompanhar as candidaturas", justificou.
Aproximação de interesses
As autarquias consideram que a fundação pode ter um papel acrescido na candidatura. "Entendemos que é uma forma de contribuir para a aproximação dos interesses da fronteira e reforçar a cooperação dos dois lados da fronteira. Se a iniciativa for coroada de êxito, ficaremos muito felizes", acrescentou Silva Peneda.
A apresentação de uma candidatura conjunta à UNESCO é uma proposta original, "que faz todo o sentido", salientou aquele responsável. "É uma forma nova de analisar as questões não na nossa perspectiva bairrista. Como horizontes mais amplos, faz todo o sentido, mesmo em termos de turismo, porque se calhar os turistas não vêm só para ir a um sítio, mas para ir a dois vêm", frisou.
A classificação poderia ser a forma de chegar a outro tipo de interesses ao nível do desenvolvimento económico, dinamização do turismo na região transfronteiriça. "É uma forma de promover as regiões do ponto de vista cultural e económico", afirmou Silva Peneda.
Em Bragança, o processo está mais adiantado. A cidadela que ladeia o castelo será a zona candidatada. A Câmara vai arrancar com um estudo de viabilidade, adiantou o autarca local, Jorge Nunes. A equipa técnica já está constituída e um orçamento definido para dar andamento aos trabalhos. "Vamos iniciar pela viabilidade. Feito o estudo temos condições para perceber se podemos dar os próximos passos", referiu o edil, que considera que o projecto conjunto teria mais viabilidade do que iniciativas isoladas.
Fonte: JN