Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
18 de Fevereiro de 2010

Algumas capitais de distrito como Bragança, Portalegre ou Beja "estão perto de situações perigosas" num país cada vez mais macrocéfalo. Dependentes dos serviços do Estado, a sua pequena dimensão não lhes permite captar investimento privado. Portugal continua a ser Lisboa, o resto é paisagem. O centralismo "quase genético" ganhou novo alento com a União Europeia e globalização.

"É uma combinação explosiva", diz o geógrafo Álvaro Domingues. "Pequena escala misturado com pouca diversidade funcional", se falhar um sector, "pode ser o caos" em cidades como Bragança, Portalegre ou Beja. A grande dificuldade destas áreas urbanas é sobreviver sem a dependência do investimento público.

Uma universidade, por exemplo, reconhece o autarca de Bragança Jorge Nunes, seria contributo "muito importante" para a cidade. No entanto, não partilha da visão do geógrafo. "A cidade tem capacidade de se afirmar e tenta ganhar centralidade: 60% das exportações de Trás-os-Montes hoje são de Bragança."

O que define a centralidade, agora que se desfazem as fronteiras? "A presença do Governo e da administração pública", responde Álvaro Domingues. A globalização económica alterou a sede de decisão: tudo emigra para a capital - "e, se calhar, Lisboa dará lugar a Madrid". A sede da empresa EDP Renováveis, por exemplo, é em Oviedo, Espanha.

Responsável pela cadeira de Geografia, Território e Formas Urbanas, na Universidade do Porto, Álvaro Domingues lembra que Portugal sempre foi um "reino com cabeça que descentraliza pouco". Nunca nenhuma elite, "desde a Igreja à nobreza", teve poderes para inverter a regra.

"Superconcentrado" durante o Estado Novo, continua macrocéfalo. Não trava o despovoamento do interior: é um país "dependente" dos serviços públicos para sobreviver. "Vai a Coimbra, tira a universidade e os hospitais e ela afunda-se no meio do Mondego", diz Domingues - que define como "cidades do Estado" as capitais de distrito.

Para além de Aveiro e Braga, "com uma economia diversificada", existem apenas "cidades do Estado". Ou seja, sobrevivem graças aos serviços públicos, modernizados nas últimas décadas com os fundos que chegaram da União Europeia.

Mesmo assim, refere o docente da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, algumas capitais de distrito estão em situação muito difícil.

O presidente da Associação Nacional de Municípios subscreve as palavras do geógrafo. O País "é cada vez mais centralizado", e a tendência centralista "reforçou-se" com o Governo de José Sócrates. Fernando Ruas dá este exemplo: os presidentes das comissões de coordenação e desenvolvimento regionais (CCDR) "eram eleitos pelos autarcas da área correspondente, agora passaram as ser nomeados pelo Governo".

Foi também o Executivo socialista, refere Fernando Ruas, a retirar as câmaras municipais da participação no Instituto de Conservação da Natureza. Antes, os municípios tinham uma palavra na gestão das áreas protegidas.

 

Fonte: Diário de Notícias

publicado por Lacra às 14:00

O Inatel vai promover, a partir de Março, um circuito de cinema pelas várias localidades do distrito de Bragança, nomeadamente por aquelas que não dispõe de qualquer sala, pública ou privada, para a exibição de filmes. Há cerca de 20 anos que a região não recebia este tipo de programas mas, este ano, a delegação de Bragança decidiu candidatar-se, numa tentativa de levar a cultura às localidades mais desfavorecidas do meio rural. Os filmes serão exibidos nas sedes das associações parceiras do Inatel que aderiram a esta iniciativa. Actualmente são cerca de 16 associações as que vão integrar este circuito cinematográfico .No entanto, outras colectividades podem candidatar-se, conforme explicou Pedro Rego, responsável da delegação do Inatel em Bragança.

“Todas as associações sócio recreativas, sem fins lucrativos e que sejam parceiras do Inatel podem candidatar-se. Se houver associações que queiram aderir, estamos abertos”.

A partir de Março serão realizadas quatro exibições por mês nas sedes das associações que se candidataram ou, caso não haja condições, em instalações cedidas pelas autarquias.

Numa primeira fase serão abrangidos os concelhos de Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros e Torre de Moncorvo. Depois será delineada toda a programação anual.

Todos os aparelhos de projecção e filmes são pertença do Inatel, sendo que os custos associados a este programa destinam-se apenas ao pagamento do pessoal técnico que irá ficar responsável pela exibição das longas metragens.


A Cacovin, fábrica da castanha de Vinhais, vai passar a vender este produto durante todo o ano. A fábrica vai passar a integrar câmaras de frio que vão permitir conservar o fruto em épocas menos propícias.

O investimento, superior a um milhão de euros, resultou de uma candidatura apresentada e aprovada no âmbito do Proder. O contrato foi assinado no último dia da Feira do Fumeiro, pelo ministro da agricultura, António Serrano.

A Cacovin está a funcionar há três anos mas fazia apenas a recolha, tratamento, calibragem e embalamento da castanha. Com a introdução de câmaras de frio, os produtores vão poder conservar o fruto e aproveitar para o vender no mercado fora da época, conseguindo assim maior rentabilidade económica.

O concelho de Vinhais é um dos maiores produtores de castanha do país. A par com este investimento, está já em marcha também o “Refcast” – uma iniciativa que visa duplicar a área de castanheiros plantados no concelho vinhaense e noutros concelhos da Terra Fria.

Américo Pereira, presidente da autarquia local, considera que estas iniciativas poderão fazer da castanha uma das principais actividades económicas da região.

Recorde-se que a Cacovin é uma empresa local privada para a comercialização da castanha, onde participam associações locais e a autarquia municipal.

publicado por Lacra às 08:52
últ. comentários
obrigado Cris:)
Bem vinda :))
Helder Fráguas sofreu a perda da sua companheira, ...
Para mim e para muita gente a volta às adegas para...
Estou habituado na leitura de blogs on line, adoro...
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