Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
19 de Janeiro de 2010

 Faltam cerca de seis médicos ao Centro Hospitalar do Nordeste para colmatar as necessidades dos doentes. A revelação é feita pelo próprio presidente do conselho de administração, Henrique Capelas. Numa zona desertificada e com a população envelhecida, medicina interna, pediatria e obstetrícia são as especialidades mais carenciadas.

 

“Temos mais, mas estas são aquelas especialidades que mais nos perturbam. Não estamos numa situação de rotura mas, nestas três, quem vier, é bem vindo. O nosso jospital ficaria mais ‘compostinho’ com mais cinco ou seis médicos”, esclarece.

 

Para além disso, Henrique Capelas admite que houve alguns problemas com a especialidade de Oftalmologia no mês de Dezembro devido à saída de um dos médicos para outro hospital.

 

“Contratámos de imediato outro médico, que já se encontra a trabalhar connosco. Portanto, continuamos a manter-nos com a mesma capacidade. Entre contratados e do quadro, temos oito médicos. Temos capacidade de suprir as nossas necessidades e dar ainda apoio a outros hospitais do norte.”

 

O presidente do Conselho de Administração do CHNE garante que a situação estará normalizada até Fevereiro.

 

“Posso garantir que essas situações foram todas resolvidas. Em Janeiro e Fevereiro deste ano, todos os doentes pendentes desse médico, estão já com a sua situação a ser resolvida”, revela, garantindo que “até Fevereiro”, a situação deve estar normalizada.

 

Apesar de ter conhecimento de algumas queixas, o presidente do conselho de administração do CNHE garante que nunca esteve em causa a saúde e bem-estar dos doentes de oftalmologia, mesmo dos que tinham sido operados às cataratas.

 

“É óbvio que não, porque os doentes, quando são retirados da lista do médico que saiu, são encaminhados ao director do serviço, que os introduz nas listas de outros médicos por grau de gravidade. Mas também é dito aos utentes que num caso mais grave, como um diabético, têm sempre a porta da urgência aberta”, garante.

 

O tempo médio de espera por uma consulta de oftalmologia em Portugal é de cerca de quatro meses.

 

Henrique Capelas recorda que no CHNE o tempo de espera não chega a dois meses.

 

Em 2009, realizaram-se mais de 17 mil consultas de oftalmologia nas unidades de Bragança e Mirandela e foram operados mais de três mil doentes.

 

Com a redução da lista de espera, anunciada em Dezembro, o mesmo responsável sublinha que até já colocou os serviços do CHNE à disposição de outros hospitais do norte do país.

 

Fonte: Brigantia

 

 


Os utilizadores da Internet em aldeias do mundo rural, nos concelhos de Miranda do Douro e Vimioso, queixam-se da fraca qualidade do serviço. Há quem tenha contratado, com as operadoras, uma velocidade de quatro mega e não consiga ir além do 70 Kbytes.

Atenor, Uva, Mora, Vale de Algoso ou Vilar Seco e Palaçoulo são algumas das localidades onde o serviço ADSL não tem a velocidade desejada e até a net móvel tem fraco sinal. Profissionais de várias áreas que ali se fixaram, e a população em geral, ponderam fazer um abaixo-assinado para enviar a vários organismos públicos regionais, no sentido de os informar daquela situação, solicitando, ainda, a sua resolução, já que a consideram "vergonhosa", "pré-histórica" além de acarretar prejuízos.

De salientar o facto de naquelas aldeias estarem em funcionamento várias associações de desenvolvimento rural, empresas ligadas à promoção dos valores naturais, casas de turismo rural, diversas indústrias, além de serviços. Aquelas localidades, dado o seu valor ambiental e etnográfico, são igualmente escolhidas por estudantes, nacionais e estrangeiros, para desenvolvimento de teses de mestrado e doutoramento.

Miguel Nóvoa, secretário técnico da Associação para Estudo e Protecção do Gado Asinino, em Atenor, defende que o desenvolvimento rural também depende do bom funcionamento das novas tecnologias. "Não temos a possibilidade de abrir uma página. A gestão e consulta das bases de dados e do correio electrónico, por vezes, é difícil ou mesmo impossível de se efectuar", afiançou.

Há quem se desloque diariamente às sedes de concelho para fazer o seu trabalho ou consultar a caixa de correio electrónico. Há industriais que se queixam de ter, inicialmente, contratado com as operadoras uma velocidade de oito mega mas que, devido à deficiência do serviço, baixaram para quatro, pelos quais pagam menos. "Mesmo assim, há zonas onde não vai além dos 70 k bytes".

João Marnoto, fotógrafo e documentalista, vive em Vilar Seco e garante que tem de programar o seu dia-a-dia de forma a coincidir com uma viagem a Miranda do Douro ou Sendim, para descarregar o trabalho na rede ou fazer consultas.

Sinal muito fraco

"O sinal da net é muito fraco. Como trabalho com imagens, tenho dificuldades em desempenhar a minha profissão. O sinal da net móvel também é mau e falha constantemente", garantiu.

Já Joana Braga, engenheira do ambiente, assegura que às vezes o trabalho que desenvolve na região sofre atrasos significativos devido à falha de velocidade da net.

Na maioria das opiniões, a net é uma ferramenta "indispensável", e as deficiências na sua utilização, por vezes, afastam o investimento e as pessoas daquelas localidades do interior.

Dada a morfologia do planalto mirandês, as comunicações móveis, por vezes, também não dão resposta às necessidades, havendo zonas onde o sinal é fraco ou nulo, prevalecendo as operadoras móveis espanholas.

Essas situações criam contratempos, em caso de emergência, já que as equipas de socorro, ou até mesmo alguém que queira alertar para uma ocorrência, tem dificuldades devido à inoperância dos serviços. O JN tentou, sem sucesso, ouvir a versão das diversas operadoras, mas nenhuma respondeu.

 

Fonte: JN


 Duas instalações, dois artistas, duas temáticas diferentes. Luís Melo é o mais recente pintor a expor no Centro de Arte Contemporânea uma colectânea de que congrega obras de distintas fases da sua carreira.

As grandes telas apresentadas mostram “rostos depurados, aparentemente padronizados, contidos, como se buscasse a perfeição plástica de simetrias e contornos e, paradoxalmente, a inexpressividade”, explicou o director do Centro de Arte Contemporânea, Jorge da Costa. E são os olhos e a linha do olhar que mais se destacam, a par com elementos, que revelam e ocultam, e que se conjugam nas suas composições, como tesouras, agulhas, cadeiras, malhas de rede, asas de insectos ou flores.

O artista, natural de Bragança, procura explorar as multiplicidade das representações formais aliando à pintura múltiplos materiais e objectos como recortes de revistas, mapas, poemas, fotografias, gravuras ou composições numéricas. Em suportes cúbicos, Luís Melo amplifica a dimensão das suas pinturas, dando-lhe tridimensionalidade e atribuindo-lhe a categoria de objectos que, quando colocados no chão, tendem a confundir-se com esculturas.

A par com Luís Melo, Graça Morais procedeu a uma renovação do seu espaço permanente abordando, mais uma vez, a temática da religiosidade. “Procissão” é o título do novo acervo mostrado ao público, uma viagem às suas memórias de uma infância passada em Vila Flor. Graça Morais relembra a romaria de Nossa Senhora da Assunção nos traços informais do desenho e em grandes telas que evocam a memória de todo o povo transmontano.

“É um voltar à infância, ao que senti naquela procissão”, explicou a artista, constatando que a identidade transmontana está muito ligada a rituais e ao pagão, mas também à religião cristã.

As obras de Luís Melo vão estar em exposição até dia 30 de Março. Já Graça Morais vai apenas renovar o seu acervo de seis em seis meses.

“É muito complicado, para mim, alterar a exposição de três em três meses porque estou em franca produção”, contou a artista.

 

FAN no Centro de Arte

O Teatro Municipal de Bragança e o Centro de Arte Contemporânea aliaram-se para, pela primeira vez, organizarem um concerto fora de portas, no âmbito do Festival de Ano Novo. Assim, coube aos Saxacordeon abrirem a exposição com um espectáculo musical que integrou obras originais de saxofone e acordeão, bem como obras de Jorge Salgueiro, Dmitri Schostakovich, Jean-Pierre Solves e Mário Pagotto, Astor Piazzola, Vitornino Matono e até música tradicional húngara.

Um raro e único projecto que encheu a casa e fez o pleno da integração e conjugação de duas expressões artísticas díspares, de grande qualidade.

“Estamos a viver em Trás-os-Montes sem fronteiras culturais”, comentou a artista Graça Morais, apontando aquele momento como “algo exemplar” para a interligação dos diferentes espaços culturais.

Esta foi a primeira vez que o “Teatro” saiu fora de portas, uma experiência pioneira que, no entender da directora do Teatro Municipal, Helena Genésio, foi “uma aposta ganha”.

“Foi a primeira vez que fizemos esta experiência e o resultado está à vista: está muita gente e é uma verdadeira festa”, apontou a responsável cultural.

Saxacordeon foi o terceiro concerto do Festival de Ano Novo que se realizou em Bragança, o primeiro fora de portas. A experiência vai voltar a repetir-se com os “Concertinhos”, no dia 27 de Janeiro, às 15h00 e às 18h00, no Conservatório de Música de Bragança. Os “Concertinhos” vão abordar a história infantil de Brunhoff e do pequeno elefante Babar. Direccionados para as crianças, os “Concertinhos” vão contar uma história interpretada ao piano por João Tiago Magalhães e narrada pelo actor Fernando Soares, com a ajuda de um jovem mimo.

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