Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
28 de Dezembro de 2009

Termina hoje o Festival de Inverno “Geada 2009”, uma festa que visou reviver a cultura, língua e tradições de Inverno do Planalto Mirandês. Sob o mote “Bamos derretir l carambelo!”, que é como quem diz “vamos derreter o gelo”, a Associação Recreativa da Juventude Mirandesa, em parceria com os Pauliteiros de Miranda do Douro, propôs um programa de três dias, 26, 27 e 28 de Dezembro, dedicados exclusivamente às tradições mirandesas. Junto à típica fogueira do Galo, no Lhargo D. João III, em Miranda do Douro, actuaram grupos como os "Lenga Lenga", "Anda Camino", "Grupo de Pauliteiros da Cidade de Miranda do Douro", "Pauliteiricas de Miranda do Douro", "Coro Infantil do AVE de Miranda do Douro" e os "Gaiteiricos de Miranda". Vindos do mundo encantado das gaitas, dos bombos e das tradições aterraram também em Miranda do Douro alguns dos melhores grupos de música tradicional do momento, tal como, os "Pé na Terra", "Tuttis Catraputtis", os "Roncos do Diabo", o "Grupo de Caretos de Podence", os minhotos "Ares da Raia" e o "Grupo de Bombos de São João de Darque" e os galegos "Projecto Trepja", um electrizante projecto de música tradicional electrónica. Em paralelo foi inaugurada a primeira Mostra Associativa das Terras de Miranda e a segunda Exposição Artística da Juventude Mirandesa (Inovart). Entre os vales e arribas das Terras de Miranda, qualquer um pôde dançar à volta da tradicional fogueira do galo, e ao som ecoante das mais belas gaitas-de-foles, dançar pauliteiros e música tradicional mirandesa, tocar instrumentos tradicionais, descobrir a língua mirandesa, conviver nas típicas adegas do centro histórico de Miranda do Douro, passear por algumas das mais belas aldeias do planalto, acompanhando a Rota do Contrabando, fazer e provar enchidos, e deliciar-se com os sabores da gastronomia tradicional mirandesa. O Festival comemorou ainda os 10 anos de oficialização da Língua Mirandesa, promovendo para tal uma conferência dedicada ao tema, realizada ontem, 27 de Dezembro. Este ano, pela primeira vez, para alem da cidade de Miranda do Douro, foram promovidas actividades em outras aldeias do concelho, como São João das Arribas ou Aldeia Nova.

27 de Dezembro de 2009

Há dois dias que a linha ferroviária do Douro está cortada entre as estações do Tua e do Pocinho, no distrito de Bragança, devido à queda de várias pedras de grandes dimensões. Uma situação que ocorreu na sexta-feira de manhã em consequência do mau tempo na região e que por pouco atingia um comboio.

Os serviços da Refer estão a realizar trabalhos de remoção das pedras e de limpeza, mas a linha só deverá ficar totalmente operacional nos próximos dias. De acordo com José Santos Lopes, da Refer, as chuvas originaram o deslizamento de terras, o que terá provocado a derrocada de toneladas de pedras em cima da linha, obstruindo a circulação. De acordo com testemunhas, o primeiro comboio da manhã conseguiu evitar o embate porque o maquinista avistou a tempo as enormes pedras na via férrea.

O percurso da linha do Douro, entre as estações do Tua e do Pocinho, está a ser assegurado por autocarros ao serviço da Refer. São 30 quilómetros e cerca de 45 minutos de viagem de comboio que já registou vários acidentes graves. Os últimos três ocorreram em Abril, Junho e Agosto de 2008. Uma mulher de 47 anos morreu e outras 25 pessoas ficaram feridas, vítimas do descarrilamento da carruagem no acidente de 22 de Agosto.

O inquérito apontou como causas defeitos grosseiros na via férrea e anomalias na automotora. Aquela linha já teve morte anunciada várias vezes mas resiste graças ao interesse turístico da viagem pelas margens do Douro. A linha do Tua transporta cerca de 115 passageiros por dia, alguns residentes na região transmontana.

 

Fonte: Correio da Manhã

25 de Dezembro de 2009

Com o intuito de contribuir para a preservação da cultura tradicional das gentes raianas das Terras de Aliste, na província de Castilha Y Léon, e Miranda do Douro, no distrito de Bragança, a “La Çaramontaina Associação Cultural”, em conjunto com a mordomia da festa de S. João Evangelista de Constantim e o com o apoio da câmara municipal pretende levar a cabo o “I Ancuntro de Fraitas de las Tierras de Aliste i Miranda”, em Constantim no dia 27 de Dezembro de 2009.

Esta acção transfronteiriça tem  como objectivo a preservação de um instrumento musical tradicional de terras de Aliste e Miranda, na raia nordestina portuguesa, a fraita, ou flauta pastoril. Este é um instrumento que se encontra quase em “vias de extinção” em Portugal, dado existirem poucos tocadores, e que desde sempre foi uma referência musical nestas terras, mesmo antes da assinatura do tratado de Alcanices, em 12 de Setembro de 1297.

O encontro consiste na realização de uma conferência sobre o estudo deste instrumento (14.30h), seguindo-se a actuação e confraternização dos diversos tocadores de Aliste e Miranda do Douro.

Durante a noite, a partir das 21h, vão ser  apresentados os Pauliteiros de Constantim, acompanhados do “carocho i la biêlha”.  

Ao mesmo tempo vão ser servidos tremoços e vinho para todos os presentes, prosseguindo a animação com concerto dos grupos de música mirandesa La Çaramontaina e Trasga.

 

 

24 de Dezembro de 2009

 

Os solteiros mirandeses começam de madrugada os rituais pagãos que envolvem toda a tradição da fogueira.

Por volta das seis da manhã e depois ao som dos foguetes os jovens partem para o monte onde vão recolher a lenha que vai dar origem à "magestosa fogueira".

O dia é passado por completo no campo, este é também o pretexto para a realização de algumas praxes, aqui apelidadas de "barrelas".

Depois de executado todo este trabalho, e de comerem a famosa "Punheta de Bacalhau, os rapazes carregam os carros de bois e puxam os mesmo com grande alarido pelas ruas da cidade. Ouve-se "o chiar"e o aço das rodas dos carros a bater na calçada. Este é um momento memorável, pelo qual toda a população de Miranda aguarda para ver e ouvir.

Depois de todo este espectáculo, os jovens vão para casa para consoar com a familia e por volta da meia noite, e sem ninguem ver, a fogueira é acessa.

De referir ainda, que em Miranda do Douro, a noite de consoada é passada essencialmente na rua.

As familias vão à missa do galo, onde mais uma vez a tradição impera e os "homens da terra", no final da eucaristia e contra a vontade dos párocos, cantam as "lhonas" ao Menino. Estas "lhonas", são cantigas religiosas que são transformadas em vocabulário pouco ortodoxo.

A madrugada é passada em volta da fogueira.

 

 

publicado por Lacra às 09:00
23 de Dezembro de 2009

publicado por Lacra às 15:35

publicado por Lacra às 15:34

 

 

A neve voltou a cobrir a região transmontana de branco, pela terceira vez nesta semana. A Protecção Civil já tinha os meios pré-posicionados no terreno mas foi a neve caiu com mais intensidade do que o previsto deixando, durante a manhã, os acessos à cidade de Bragança completamente condicionados.

O IP4, entre Quintanilha e o Alto da Amendoeira, em Macedo de Cavaleiros, esteve cortado ao trânsito, bem como no Alto de Espinho, no distrito de Vila Real. Os acessos à A7, que liga Vila Real a Braga, e à A24, entre Vila Real e Viseu, estiveram também condicionados mas reabriram ao final da manhã mas apenas para veículos ligeiros.

Em Bragança estiveram ainda cortadas as estradas nacionais que ligam a Vinhais, a ligação à Serra da Nogueira e a estrada entre Bornes e Alfândega da Fé. A estrada nacional entre Bragança e o Porto também foi encerrada devido às más condições de circulação.

As autoridades puseram na estrada veículos 4x4 e os limpa-neves para ajudar a libertar os automobilistas presos no IP4.  As autoridades aconselham prudência na estrada e pedem aos automobilistas para que circulam apenas em caso de extrema necessidade.

Para quem circula a pé também não está fácil. A neve acumulada nos passeios tem vindo a derreter formando pequenos blocos de gelo que tornam difícil a circulação.

A Protecção Civil alerta ainda para alguns cuidados a ter no aquecimento em casa, nomeadamente com as lareiras. Recorde-se que ainda esta segunda-feira, uma idosa morreu em Rossas, concelho de Bragança, na sequência de um incêndio que terá começado num sofá instalado junto à lareira. A idosa estava sozinha em casa e presume-se que estivesse a dormir. Os Bombeiros apontaram como causa provável da morte a inalação de fumo.

As autoridades aconselham a população a ter cuidado com as fontes de calor próximas de móveis, a proteger bem as lareiras e, entre outras coisas, a não deixar a casa com os aparelhos ligados.

O Instituto de Meteorologia colocou o distrito de Bragança e o de Vila Real sob alerta amarelo, com previsões de chuva e vento forte para a tarde de hoje. As previsões de neve mantém-se para localidades acima dos 800 metros.

publicado por Lacra às 11:34

No âmbito da festa dos Moços de Constantim em Miranda do Douro vai ser lançado no próximo dia 27 de Dezembro à duas da tarde na Associação Cultural e Recreativa da aldeia  um DVD relacionado com esta tradição com raízes ancestrais que se insere no quadro das seculares celebrações do solstício de Inverno.

Este material foi recolhido pelo Centro de Música Tradicional Sons da Terra e conta com o patrocínio da Autarquia Municipal.

22 de Dezembro de 2009

publicado por Lacra às 15:37

Nos próximos três meses, dez famílias vão ser realojadas em habitações sociais que a autarquia de Bragança está a recuperar, no Bairro da Mãe d’Água, no Bairro da Coxa e no Bairro da Previdência.

Até ao momento, a câmara assinou seis contratos de habitação social que permitiram a mudança das famílias para as novas casas.  Foi o caso de Ana Teresa e dos seus três filhos. A viver num apartamento com apenas dois quartos e a pagar uma renda que rondava os 400 euros, foi com satisfação que Ana Teresa recebeu, por alturas do Natal, uma nova casa totalmente recuperada e com três quartos.

“Há três anos que estava à espera de uma nova casa. Foi um verdadeiro presente para este novo ano. Pagava cerca de 400 euros de renda e agora vou pagar muito menos, à volta de cinco euros por mês”, contou Ana Teresa. 

As famílias mudaram-se para o Bairro da Mãe d’Água para apartamentos que foram recuperados. A autarquia substituiu a antiga caixilharia de madeira por outra com maior isolamento térmico. Por dentro as casas foram também recuperadas e há a promessa de pintar todos os blocos, como explicou Jorge Nunes, presidente do município.

“À medida que cada um dos blocos é melhorado internamente, faremos também a pintura exterior. Vamos tentar fazer aqui um jogo de cores para que o conjunto se torne mais agradável e menos monótono”.

Para cada bloco está estimado um investimento “mínimo” de cem mil euros que contempla apenas o arranjo da envolvente exterior. Para cada habitação recuperada há uma estimativa de investimento que ronda os 14 mil euros, dependendo do grau de intervenção exigido.

O autarca considera que, pese embora, se tratem de bairros sociais são “bairros bons”, com “qualidade” em termos urbanos e com uma área envolvente que é “suficiente” e que tem vindo a ser requalificada pela câmara.

Às famílias que mudaram para os fogos recuperados foi lançado um repto para que “cuidem” das habitações. É que, segundo o autarca, algumas das situações de degradação dos blocos resultam de “situações de falta de civismo”, um “comportamento minoritário” que, no seu entender, deve ser denunciado.

“Tem de haver uma atitude de responsabilidade e de partilha entre todos. Por isso pedimos a todos que se auto-responsabilizem por algumas regras de conduta e preservem um bem público que custa a todos”.

 

Prioridade à área social

Naquele que é o seu último mandato como presidente do município brigantino, Jorge Nunes pretende dar prioridade ao investimento na área social,  nomeadamente na recuperação dos bairros sociais.

Embora sem “certezas” de conseguir, em apenas quatro anos, desenvolver toda esta operação de requalificação, o autarca acredita que depois dos trabalhos iniciados, não haverá uma paragem.

“Os arrendatários vão notar a diferença e eles próprios vão encarregar-se de solicitar ao município que continue as benfeitorias e que elas sejam extensíveis a todos os blocos”, considerou.

Actualmente a câmara de Bragança tem já uma longa lista de espera para habitação social. No entanto, grande parte das famílias que pedem ajuda, fazem-no devido aos altos valores da rendas, um problema “económico” que não é prioritário para a atribuição de fogos sociais, conforme explicou.

“Os factores prioritários passam pela avaliação socioeconómica das condições da família, problemas de doença, desemprego permanente, famílias desestruturadas ou famílias com pessoas com deficiências. O valor do arrendamento é tido em linha de conta em último grau”.

 

 

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obrigado Cris:)
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