Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
29 de Dezembro de 2009

A direcção do Bloco de Esquerda de Bragança acusa a EDP de mentir e de ir contra a Declaração de Impacte Ambiental da barragem do Tua. É que a declaração impõe à EDP que encontre uma alternativa de mobilidade, incluindo estudo de viabilidade de construção de um novo troço de linha de ferrovia, caso avance com a construção da futura barragem.

A EDP já anunciou que não vai apresentar nenhuma proposta, prevendo-se assim que fiquem submersos 16 quilómetros de linha.

Depois da reacção dos autarcas, a direcção do BE de Bragança emitiu hoje um comunicado opondo-se "veementemente" contra o encerramento compulsivo da Linha:


"O Bloco de Esquerda vem desta forma opor-se de forma veemente a este encerramento compulsivo e alertar as populações para os inevitáveis prejuízos para o país, a região e os seus habitantes

A Linha do Tua garante um inegável serviço público de transporte no acesso ao Porto (via linha do Douro) e a Mirandela, podendo tornar-se uma via estruturante e fundamental para a região se for garantida a reabertura da Linha do Douro até Barca de Alva, bem como uma futura ligação a Sanábria em Espanha e tornar-se um importante pólo de dinamização turística se for modernizada a sua estrutura ferroviária e dimensionada para esta vertente. Todos conhecem a importância de bons serviços públicos de transportes para economizar custos energéticos e a importância fundamental e estratégica do transporte ferroviário.

A construção da barragem pressupõe ainda a destruição de um património paisagístico ímpar integrado na área classificada pela Unesco como Património da Humanidade, assim como uma via-férrea a todos os títulos notável da engenharia portuguesa que integra, junto de Foz-Tua, a primeira ponte ferroviária construída por Eiffel no nosso país.

A inundação do vale do Tua acarreta também a submersão das terras que são o sustento de muitos agricultores e não será a troco de qualquer indemnização que se apagará em definitivo o prejuízo agrícola e ambiental de todo o vale para as gerações presentes e futuras.

A população de Trás-os-Montes e Alto Douro sabe que não retirou qualquer proveito das barragens construídas no Douro e continuam a ter um abastecimento eléctrico deficiente, com contínuas interrupções e com um custo eléctrico do Kw bem superior às populações vizinhas de Espanha.

A estrutura do Bloco de Esquerda de Trás-os-Montes e Alto Douro apela a toda a população e especificamente à responsabilidade dos autarcas dos concelhos afectados pela barragem para que unam esforços e não deixem destruir com ligeireza uma herança impar que a natureza e o trabalho dos nossos antepassados nos deixou, a troco de um pseudo-progresso que só contribui, sobremaneira, para aumentar os lucros da EDP e dos seus gestores em detrimento dos altos interesses do país e da região transmontana".


A EDP não vai apresentar nenhuma proposta para construir uma nova linha férrea entre Foz-Tua e a zona da futura barragem, em Carrazeda de Ansiães. A alternativa ao troço inundado será o transporte rodoviário.

A Declaração de Impacte Ambiental (DIA) que permite à EDP construir uma barragem hidroeléctrica junto à foz do rio Tua também a obriga a encontrar uma alternativa de mobilidade, incluindo o estudo da viabilidade de construção de um novo troço de ferrovia. É que os últimos 16 quilómetros da Linha do Tua vão ficar debaixo de água, impedido definitivamente o metro de Mirandela de fazer a ligação à Linha do Douro.

A empresa tem até Julho do próximo ano para apresentar ao Governo o projecto da barragem, bem como todas as soluções para as exigências da DIA. Apesar de ainda não haver nada de definitivo, Paulo Vasconcelos, da EDP produção, diz que "o projecto não vai contemplar a construção de uma nova linha ferroviária".

Durante um debate sobre os impactos da barragem na região abrangida, realizado em Carrazeda de Ansiães, aquele responsável adiantou que a proposta para o transporte quotidiano, entre Foz-Tua e Brunheda vai ser feito "em autocarro e táxi", sendo que está a ser considerada a possibilidade de utilizar transportes não poluentes. Da Brunheda a Mirandela poderá perfeitamente voltar a ser utilizado o metro, dado que esse troço não sofrerá qualquer alteração por causa da barragem.

Para efeitos turísticos, a proposta deverá passar por um transporte em autocarro até um cais a ser criado na margem do concelho de Alijó. A partir dali recorre-se a um barco para fazer a travessia do vale do Tua até um outro cais a criar na Brunheda, onde se poderá apanhar o comboio até Mirandela.

Entre os presentes duvidou-se das intenções da EDP e da sua ideia de abandonar, logo à partida, a possibilidade de construir um novo caminho-de-ferro numa cota superior à albufeira. Pedro Vasconcelos reagiu sublinhando que "seria impossível vencer os 100 metros de altitude de diferença entre a Estação de Foz-Tua e o paredão da barragem (cerca de dois quilómetros). A ser a uma opção, uma nova linha ferroviária "teria de ir para o concelho de Alijó e voltar para o de Carrazeda, obrigando à construção de duas novas pontes". Tendo em conta que se vai trabalhar numa zona "sensível" e os "elevados custos financeiros" de tal empreitada, o responsável frisou que "uma nova linha inviabilizaria o projecto da barragem".

O presidente da Câmara de Carrazeda de Ansiães, José Luís Correia, é favorável à construção da barragem do Tua, mas também gostaria de manter a linha de comboio. Por isso, recomendou à EDP: "Vamos lá ter imaginação!" Acredita que com boa vontade será possível encontrar uma solução para construir uma nova via-férrea alternativa aos 16 quilómetros que vão ser inundados e ligá-la ao troço não atingido. "Nem que seja através de um sistema de elevação. É que não tem muita piada interromper a ligação à linha do Douro".

 

Fonte: Jornal de Notícias


Um desabamento de pedras na EN218 interrompeu a circulação automóvel entre Carção e Vimioso.

A intensa chuva dos últimos dias estará na origem desta queda de pedras para a estrada.

Aconteceu durante a noite, mas não há danos materiais a registar.

Parte da estrada esteve interdita ao trânsito porque a pedra que caiu é de grandes dimensões e está a ocupar metade da via.

A circulação automóvel fez-se de forma alternada.

“Aquela estrada entre Carção e Vimioso está muito sujeita a estas situações porque há muita rocha e com a chuva que tem caído, um pedregulho muito grande desabou para a estrada” contou o presidente da câmara de Vimioso, acrescentando que “logo que tivemos conhecimento, fez-se a sinalização do local, bombeiros e GNR tomaram conta do ocorrência e neste momento estamos a tentar resolver a situação o mais rápido possível em conjunto com a Estradas de Portugal”.

José Rodrigues adianta que no local estiveram máquinas para tentar remover o pedregulho. “Mandámos para lá as nossas máquinas e vamos ver se com elas conseguimos resolver a situação” referiu. “Trata-se de um pedregulho de grandes dimensões e não sei se as nossas máquinas conseguirão, ou não, retirá-lo, senão teremos de pensar noutra forma para colocar aquela zona transitável” salientou.

Fonte: Brigantia

publicado por Lacra às 16:06

 A EDP continua a não apresentar uma solução viável ao transporte de passageiros entre Brunheda e Mirandela quando barragem de Foz do Tua for construída.

O Município de Mirandela ainda não tem respostas em relação à hipótese da construção da barragem e sem alternativa em relação aos 16 quilómetros de linha ferroviária que vão ficar submersos, situados entre Brunheda e Mirandela.
O projecto que a EDP tem para apresentar ao governo, até Julho do próximo ano, só apresenta como alternativa, o transporte de autocarro ou táxi entre a Foz do Tua e a estação da Brunheda.
José Silvano, presidente da Câmara de Mirandela sempre considerou ser impossível encontrar uma alternativa para transportar passageiros nos quilómetros que irão ficar submersos.
Para o autarca, o melhor para a região não passa pela construção da barragem mas sim pela linha ferroviária. “O que eu disse na altura foi que, ou se estava a favor da barragem e contra a linha ou vice-versa, porque uma não é coincidente com a outra. Na minha opinião, continuo a dizer, o melhor é a linha. Continuarei a defender até ao fim que deve existir a linha em detrimento da barragem porque a linha pode ser um factor decisivo no futuro turístico da região, e a barragem para mim com a albufeira a chegar apenas a Brunheda não vai servir nada nem ninguém em termos turísticos”, acrescendo “esta posição é evidente que só se mantém até estar decidido politicamente se se vai fazer ou não a barragem, agora o Governo o decida se quer a barragem ou se quer a linha”. 
Não obstante, se o Governo decidir construir a barragem, a solução para realizar a trajectória entre Brunheda e Mirandela passará pelo metro.
José Silvano, como presidente da administração da Metro de Mirandela deixa o aviso, “a Sociedade Metro Ligeiro de Mirandela não vai ficar responsável pela exploração da linha”, alegando que a empresa não tem capacidade para suportar sozinha os custos que a manutenção acarreta.
José Silvano refere que “já que é a EDP, a CP, a REFER e o Governo quem tomam essa decisão então que sejam eles que criem uma empresa e que suportem os custos dessa ligação, porque a Câmara sai da Sociedade Metro Ligeiro de Mirandela nessas circunstâncias”.
População e entidades locais à espera de respostas de Governo, da EDP, da CP, REFER e Governo para resolver o problema de transporte, com a possibilidade cada vez mais certa da linha do Tua vir a ficar submersa em 16 quilómetros da sua extensão.


Fonte: RBA

publicado por Lacra às 16:05

Uma forte enxurrada assolou esta manhã a vila de Mogadouro. Garagens inundadas, vias de trânsitos cortadas, muros destruídos, terrenos alagados, automóveis “atascados” que tiverem de ser rebocados, foi este um pouco do cenário vivido. O Ponto mais crítico foi a zona da avenida do Sabor, onde em alguns locais a agua ultrapassou o metro de altura. 

As preocupações dos agentes da Protecção Civil centraram-se nos reservatórios de água de uma clínica de hemodiálise para que a mesma não fosse contaminada, situação que foi evitada.

Devido a tromba de água, houve infraestruturas que não aguentaram a drenagem situação que levou ao levantamento de tampas de saneamento e grelhas de drenagem. Em alguns pontos foi necessário a intervenção de máquinas para derrubar muros e passeios para que a agua pudesse escoar.

Segundo António Pimentel, vereador das Obras Públicas no município de Mogadouro, esta situação ficou-se a dever a queda intensa de chuva. Porém não esta colocada de lado uma intervenção pontual para minimizar futuras situações.

A chuva está a provocar alguns transtornos e até várias inundações na região transmontana.

Até agora há a indicação que a água e a derrocada de pedras estão a impedir a circulação na EN219, entre Carção e Vimioso, e também no concelho de Miranda do Douro, na EN 221, na localidade de Vila Chã da Braciosa.

Mas não foram só as rodovias que a intensa queda de chuva afectou.

Dentro da vila de Mogadouro, as enxurradas provocaram alguns transtornos.

Em estabelecimentos da principal avenida da vila, a água chegou a atingir um metro de altura.

Naquela zona, foram quatro as viaturas que ficaram imobilizadas e que tiveram de ser rebocadas.

Há quem diga que há mais de 30 anos que não se via uma situação idêntica em Mogadouro, no entanto a Protecção Civil accionou todos os meios para minimizar a situação, como relata António Pimentel, vereador das Obras Públicas do município de Mogadouro.

Há também relatos de situações pontuais no mundo rural, onde os sistemas de drenagem não deram vasão à enxurrada.

 

Fonte: RBA

 

publicado por Lacra às 15:52
últ. comentários
obrigado Cris:)
Bem vinda :))
Helder Fráguas sofreu a perda da sua companheira, ...
Para mim e para muita gente a volta às adegas para...
Estou habituado na leitura de blogs on line, adoro...
me llamo fedra soy de santa fe argentina tengo 9 ...
Carissimos,Eu não sei quem inseriu o comentário em...
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