Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
05 de Novembro de 2009

A água, a gestão que fazemos deste recurso natural e as barragens são temas que dominam o primeiro festival ibérico de imagens, chamado de “Cine H2O”, que irá decorrer em Mirandela, nos dias 13, 14 e 15 de Novembro.

Este Festival visa divulgar as obras cinematográficas e televisivas relacionadas com os rios e os recursos hídricos em geral. O destaque vai para o premiado documentário “Pare, Escute e Olhe”, da autoria de Jorge Pelicano, que aborda uma das problemáticas que é cara a Mirandela e a toda a Terra Quente: a da construção da barragem de Foz Tua e consequente submersão daquele vale e da linha férrea.

 

13 de Novembro

“Cine H2O” abre oficialmente no dia 13 de Novembro, às 21h00, com o documentário espanhol “En Nombre del Interesse General”, uma obra que fala dos “interesses privados” em nome do “interesse geral”.

“Continuam a propor-se grandes obras hidráulicas, barragens e transvases que destroem comunidades locais e representam barbaridades ecológicas, económicas e sociais para as regiões e países”, lê-se na sinopse.

O documentário aborda ainda o nascimento da associação Coordenadora de Afectados pelos Grandes Barragens e Transvases (COAGRET) nos Pirenéus, uma associação que juntou académicos, ecologistas e camponeses daquela região e que hoje assume uma luta internacional pela defesa dos rios e dos interesses das populações.

Para as 21h30 está marcada a abertura oficial que contará com a presença de José Silvano, presidente da autarquia de Mirandela, e dos alcaides espanhóis de Sanábria e Ribadelago.

Ainda no dia 13 de Novembro, às 22h00, é apresentado o documentário de Luís Navas sobre a catástrofe junto ao conhecido lago da Puebla de Sanábria.

Intitulado “Catástrofe em Ribadelago 1959-2009”, este é um documentário duro sobre o dia em que as águas da barragem de Vega de Tera, próxima do rio Tera e do Lago de Sanábria, rebentaram e arrasaram a aldeia de Ribadelago. Em 14 intermináveis minutos centenas de pessoas morreram afogadas mas apenas 28 cadáveres seriam resgatados.

 

14 de Novembro

Mas porque a sensibilização para a protecção dos rios se faz mais do que com imagens, a organização do Cine H2O promove, no dia 14, sábado, uma viagem pela Linha do Tua e uma descida em canoa do mesmo rio. O almoço será no Cachão e o regresso novamente em comboio. Durante a tarde serão projectadas curtas e médias metragens.

É também neste dia, às 17h00, que é exibido o documentário “Pare, Escute e Olhe”, vencedor de seis prémios em dois festivais (Doc Lisboa e Cine Eco 2009). Este será mesmo o grande momento de todo o Festival. Em cena é colocada uma obra que dá conta das consequências do abandono da linha férrea para as populações transmontanas, destacando o despovoamento e a desertificação.

“É uma viagem por um Portugal profundo e esquecido, conduzido pela voz soberana de um povo inconformado, maior vítima de promessas incumpridas dos que juraram defender a terra”, explicou Jorge Pelicano, autor do filme.

 

 

“Margens” é o documentário que encerra a noite do Cine H2O. Da autoria de Pedro Sena Nunes, este é mais um filme, mais uma imagem do vale do Tua numa abordagem diferente. A inauguração de uma ponte que liga as duas margens do rio é momento de celebração e “representação”.

“A classe política estratificada, comandada pelo senhor presidente que “sacava” os fundos europeus para obras, a banda de música, a igreja, o povo de ambas partes” são o cenário para uma reflexão antropológica do rio na vida das comunidades humanas que o envolvem. 

Depois da sessão, o convite é para uma noite temática no “Belha Bar”, no centro de Mirandela.

 

15 de Novembro

“Vilarinho das Furnas”, de António Campos, abre a manhã de 15 de Novembro do Cine H2O. O documentário retrata uma aldeia perdida no sopé da Serra Amarela, com vista para o Gerês, onde só uma estrada romana a ligava ao mundo e que acabou “afogada” por uma barragem que a população hesitou contestar.

A manhã será preenchida ainda com um conjunto de reportagens televisivas: “Regresso a Alqueva”; “O Feitiço da Luz”; “Palhota: Aldeia Avieira”; “A mão que agrava as cheias”; “Projecto Rios”; “Percurso Alviela”; e, por fim, “Alviela”. Ao longo da tarde serão ainda projectadas curtas e médias metragens, a anunciar pela organização. No encerramento do Festival deverá ainda ser anunciada a sua segunda edição. Neste dia será ainda realizada uma reunião da Rede Nova Cultura da Água para a Bacia do Douro e outras bacias hidrográficas no Norte de Portugal.
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