Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
23 de Outubro de 2009

 A Autoridade para as Condições de Trabalho é “inoperante” e “ineficaz” – as acusações são de José Brinquete, dirigente local do PCP, que diz ter conhecimento de vários casos de trabalhadores com queixas contra este serviço.

O caso mais recente, divulgado publicamente, é o de seis trabalhadores do Centro Hospitalar do Nordeste que dizem ter alertado, em 2003, a ACT para determinadas irregularidades e que ate hoje não receberam qualquer resposta. Também José Brinquete exemplificou que ele próprio esperou três anos por uma resposta a uma situação concreta e que quando a resposta veio indicava apenas que tinha havido uma mudança de responsável.

O dirigente comunista afirma “aquilo que toda a gente sabe”: “os trabalhadores aqui têm medo de se queixar porque não há garantias de actuação ou sigilo”.

Segundo contou, são vários os trabalhadores que receiam apresentar queixa à Autoridade do Trabalho por falta de sigilo e que dizem até que a primeira medida é a de informação ao patronato.

“Temos conhecimento de um caso em que um trabalhador fez queixa e mais tarde foi chamada pelo patrão para que fosse retirar a mesma queixa”, acusaram.

O PCP está por isso a ponderar pedir uma audiência aos responsáveis da ACT para clarificar esta situação mas alertam já que “há um longo caminho a percorrer no sentido de desmontar este medo instalado e dar confiança aos trabalhadores”.

José Brinquete considera ainda que muitas destas situações poderiam ser evitadas se, por exemplo, as autarquias do distrito não recorressem à politica de contratação externa de serviços.

“Muitas autarquias do distrito encomendam a contratação externa de serviços a empresas onde a prática dominante é o trabalho precário e sem direitos”, apontaram.

José Brinquete garante que o PCP estará “atento” a todas estas situações, comprometendo-se a “lutar pelos direitos dos trabalhadores e pelo bem-estar das populações”. O alento é dado também pelos resultados das eleições legislativas e autárquicas. O PCP considera que houve, a nível legislativo e autárquico, um “crescimento muito positivo”.

Nas eleições eleitorais para a Assembleia da República a CDU cresceu 30 por cento, em relação a 2005. Nas autárquicas, a CDU está agora representada em cinco das doze Assembleias Municipais – Bragança, Macedo de Cavaleiros, Vila Flor, Mirandela e Vinhais – e nas Assembleias de Freguesia de Macedo do Mato, Bagueixe, Peredo, Santa Comba da Vilariça e Edral.

 


 O vinho Montes Ermos, engarrafado pela Adega Cooperativa de Freixo de Espada à Cinta, está a ter uma saída no mercado superior à esperada. Desde Agosto que o vinho branco está esgotado, assim como vinho rosé, restando apenas o tinto.

José Santos, presidente da Cooperativa, assume que a procura tem sido superior à que era esperada havendo mesmo situações em que tem sido impossível satisfazer o mercado, situado maioritariamente na área do Grande Porto.

“Estamos a vender tudo aquilo que embalamos e tudo aquilo que nos sobra do vinho generoso sem qualquer dificuldade”, contou.

A campanha deste ano já iniciou e ficou marcada por uma quebra na ordem dos 35 por cento. Ao todo serão produzidos cerca de 1,5 milhões de litros, menos 500 mil que no ano passado. Também relativamente ao vinho generoso houve menos quantidade, embora em parte devido às restrições impostas por lei pelo Instituto de Vinho do Porto.

Mas se a produção foi mais baixa, a esperança é que a qualidade seja muito superior à do ano passado e idêntica à de 2007, considerado um ano de “alta qualidade”.

Espera-se que o vinho branco de 2009 possa estar colocado no mercado em Fevereiro de 2010. Já o vinho tinto estará no mercado em Junho de 2010.

Esta procura do vinho produzido pela Adega Cooperativa tem levado muitos agricultores a plantarem mais vinha em detrimento de outras culturas. Segundo o dirigente, durante muitos anos circulou a “ideia” de que os vinhos de consumo da adega não seriam bons para engarrafar devido à alta graduação. No entanto, o sucesso da aposta da Adega serve agora, no entender de José Santos, como um “incentivo” aos agricultores para se dedicarem ao plantio da vinha.

“Hoje os agricultores estão a plantar castas mais apropriadas ao vinho de consumo e a apostar nesta cultura porque é o produto que aqui tem maior rentabilidade”, considerou.

O sucesso dos vinhos de mesa do Douro tem sido tal que há já várias firmas internacionais a procurar instalarem-se na zona entre Barca d’Alva e Freixo de Espada à Cinta.

A Adega Cooperativa, com cerca de 700 associados no que diz respeito à área vitivinícola, necessitava agora de ver aumentar o número de produtores de forma a poder dar resposta às solicitações do mercado.

Para além do vinho, recorde-se que a Adega contempla agora também os produtores de amêndoa e azeite que faziam parte da extinta Coopafreixo, adquirida no ano passado.

A compra ditou que a Adega ficasse com uma dívida que tem vindo a amortizar e que, neste momento, é de 900 mil euros. No entanto, José Santos garante que, apesar dos encargos financeiros, não tem existido qualquer tipo de consequências para os agricultores que estarão a ser pagos a tempo e horas.

Carla A. Gonçalves

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