Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
29 de Setembro de 2009

 

No rescaldo das legislativas, PS, PSD, CDS, BE e CDU, carregam “baterias” para o próximo acto eleitoral: as autárquicas. O PS ganhou a nível nacional, mas no distrito foi o PSD que arrecadou mais votos elegendo dois deputados, Ferreira Gomes e Adão Silva, enquanto que o PS elegeu um deputado, o cabeça de lista Mota Andrade.

A vitória teve assim um “sabor amargo”, já que o PS contava eleger dois deputados, há semelhança do que aconteceu legislativas de 2005, em que a região elegia quatro deputados.

“A representação parlamentar do distrito fica mais fragilizada”, considerou Mota Andrade, presidente da distrital rosa e segundo deputado eleito pelo distrito. Crítico com a eleição do deputado do PSD, Ferreira Gomes, natural de Penafiel, Mota Andrade considera que “perdeu Bragança e ganhou o Porto”. “Perdemos um deputado, fruto do número de eleitores que não temos para assegurar a eleição de quatro, e perdemos outro deputado que é o cabeça de lista do PSD, que tudo indica que continuará a viver no Porto”, apontou.

Analisando os resultados, concelho a concelho, Mota Andrade, bem como alguns militantes, consideraram que a vitória teria sido possível, se os votos não tivessem ido para o Bloco de Esquerda.

Ainda assim, o deputado e candidato à Assembleia Municipal de Bragança, considera que os resultados “auguram boas expectativas” já que, por exemplo no concelho de Bragança, o PS saiu vencedor em várias freguesias rurais, como Carragosa ou Macedo do Mato.

“Actualmente temos quatro câmaras, queremos ter mais. Alfandega da Fé é uma grande aposta e em Miranda do Douro houve quase um empate, o que neste concelho é um dos melhores resultados do PS na história da democracia. No geral os resultados não são desanimadores para a luta que se aproxima”, considerou.

A vitória PS permitiu a Mota Andrade garantir que a A4, IP2 e IC5 são obras para continuar e que a urgência médico-cirúrgica de Mirandela não vai encerrar. O deputado socialista aproveitou ainda para criticar os “boatos” sobre o encerramento daquele serviço e a aparente “despreocupação” dos autarcas social-democratas sobre o silêncio de Manuela Ferreira Leite sobre o IC5 e IP2, elogiando a posição então assumida pelo presidente da distrital laranja, Adão Silva.

“Lamento profundamente que os autarcas do PSD não se tivessem preocupado, como se preocupou Adão Silva, com o desastre que seria para o distrito se Manuela Ferreira Leite tivesse ganho as eleições, nomeadamente pela paragem do IC5 e do IP2”.

Mota Andrade lembrou ainda o trabalho realizado, como deputado do distrito, durante a anterior legislatura, nomeadamente ao nível do lançamento das acessibilidades e da colocação de serviços, como a ASAE ou a Direcção Geral de Agricultura, na região, garantindo que irá defender com “empenho” os anseios dos transmontanos.

 

Ferreira Leite “foi injusta”

Adão Silva , presidente da Comissão Política Distrital do PSD e terceiro deputado eleito pelo distrito de Bragança no passado Domingo, disse que a derrota do PSD teve um sabor a vitória, porque, a nível distrital, o PSD venceu na maioria dos concelhos, o que traça perspectivas optimistas para as eleições autárquicas.

“Para nós é uma derrota ligeira, com sabor a vitória. No distrito fizemos o que podíamos”, disse. Após os resultados das legislativas, Adão criticou frontalmente a líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, tendo começado por dizer que, se no início da campanha o PSD estava numa situação bastante paritária com o PS, “aparentemente a campanha provocou uma perda de votos”. Adão Silva acrescentou que “a derrota a nível nacional foi uma derrota com algum significado”.

O líder distrital criticou ainda, pela primeira vez, abertamente, a escolha que Manuela Ferreira Leite fez para cabeça de lista pelo distrito de Bragança, classificando-a de injusta para com o trabalho feito pelas estruturas distritais e concelhias do PSD. Além de injusta, a atitude da líder nacional foi “sobretudo de um flagrante desrespeito por aquilo que foi uma indicação muito clara a nível da estrutura distrital, que foi aprovar por unanimidade e aclamação um nome”, afirmou Adão Silva, tendo explicado que não se prenunciou antes porque estava em causa um processo eleitoral que não podia ser prejudicado pelas decisões da líder.

Adão Silva sublinhou que colocar no distrito uma pessoa que não o conhece resultou em dificuldades que os responsáveis das estruturas locais procuram colmatar. “Da nossa parte procurámos ter uma atitude de elevadíssima elegância com o senhor professor José Ferreira Gomes, que também aproveito para saudar. Aliás, é por ventura o menor responsável de ter vindo parar como cabeça de lista a Bragança, mas, verdadeiramente, a senhora presidente devia ter tido uma atitude mais certa, mais justa, mais adequada, com aquilo que era o trabalho e as aspirações dos militantes do distrito de Bragança”.

O líder distrital elogiou o trabalho das concelhias do PSD, aos quais atribuiu, sobretudo, os méritos da vitória, e traçou um prognóstico positivo para as eleições autárquicas. Isto porque o PSD ganhou em todos os concelhos onde é Câmara, com excepção de Alfandega da Fé. No entanto, nesse caso a margem de votos de diferença relativamente ao PS foi muito curta e, nesse concelho, tal como em outros, o PSD concorre às autárquicas coligado com o CDS-PP. O PSD venceu ainda em concelhos onde o PS detém o poder municipal, como é o caso de Freixo de Espada à Cinta e Torre de Moncorvo. Apenas Vinhais e Vila For se mantiveram “féis” ao PS nestas eleições.

 

Votos à direita e à esquerda

Quem ganhou mais votos no distrito, em relação a 2005, foi o CDS-PP, o BE e a CDU.

Nuno Sousa, cabeça de lista pelo CDS no distrito de Bragança, considera que foram assim atingidos os objectivos “realistas e concretos da campanha”. O reforço da votação é encarado como o “resultado do trabalho partidário de implementação do CDS”  em concelhos em que os populares eram já dados como “extintos”.

Para Nuno Sousa “começa agora a surgir uma nova chama” que poderá traduzir-se em bons resultados autárquicos já que o CDS apresenta-se, em vários concelhos, coligado com o PSD.

Tal como a nível nacional, a quarta força mais votada no distrito foi o Bloco de Esquerda. O candidato pelo distrito, Luís Vale, admite que o crescimento do BE possa ter sido feito à custa de alguns “votos de protestos” de “classes humilhadas pelo anterior Governo”. No entanto, o dirigente bloquista aponta que o mesmo é válido para outros partidos, como o CDS.

A duplicação do número de votos vem dar ao BE “um novo ânimo” para as autárquicas em que se espera, pelo menos, “uma repetição da votação eleitoral”.

Já para a CDU, mais importante do que os votos foi a “perda de maioria absoluta do PS”, sobretudo no distrito. “Aqui o PS perdeu muitos votos, o que demonstrou o descontentamento dos eleitores da região com as políticas nacionais”.

A candidata pela CDU, Manuela Cunha, admitiu estar consciente que o partido que representa não elegeria nenhum deputado pelo distrito de Bragança, mas salienta que isso não será impedimento para continuar a “dar mais voz ao distrito” na Assembleia da República.

“A CDU foi a força que deu mais voz ao distrito na Assembleia da República e há o nosso compromisso de, mesmo com estes resultados, não deixaremos de defender o distrito de Bragança”, assumiu.

 

Fonte: Mensageiro Notícias

publicado por Lacra às 15:51

 O segundo comandante e o chefe de equipa dos Bombeiros Voluntários de Vimioso foram identificados, pelos GIP’s da GNR, durante o combate a um incêndio na aldeia de Avinhó, em Vimioso.

Os bombeiros preparavam-se para combater o incêndio recorrendo à técnica do contra-fogo. No entanto, o grupo de homens da GNR que se encontrava no local não terá concordado com o recurso a tal técnica.

Segundo fonte dos bombeiros, o contra-fogo foi autorizado pelo comando distrital e essa terá sido a informação transmitida ao GIP’s. O grupo da GNR terá insistido que na ilegalidade do recurso a este método e, após alguns momentos de tensão entre os homens de ambas as equipas, terão identificado o segundo comandante e o chefe de equipa dos Bombeiros de Vimioso.

O comandante da corporação, Noel Afonso, discorda da atitude do GIP’s e entregou já um relatório de protesto ao comando distrital.

“O contra-fogo foi autorizado pelo comando distrital, como está registado, mas os GIPS insistiram na ilegalidade”, contou o comandante.

Esta já não é a primeira vez que a GNR e os Bombeiros colidem no teatro de operações. Já em Setembro do ano passado, em Valpaços, na mesma situação de uso de contra-fogo, o comandante dos bombeiros foi identificado pelos militares da GNR.

O governador civil de Bragança, Vítor Alves, considera, no entanto, que não há motivo para qualquer divergência entre os dois grupos de intervenção até porque está estabelecido quem dá a indicação para iniciar o contra-fogo e quem o pode realizar.

“Há um código de conduta em relação à operacionalidade e aos actores a quem incube determinado tipo de responsabilidades e isto está claro para todos e é enquadrado num comando vertical, hierarquicamente definido que determina o que se faz no terreno”, apontou.

Vítor Alves desvaloriza a situação até porque “combater um incêndio não é tarefa simples”.

“Há uma dimensão afectiva e emocional dos actores que estão presentes e depois há divergências, mas isso nunca interferiu na prática responsável de todos os actores que estão enquadrados no teatro de operações ”, justificou.

O governador confirmou que o assunto seguiu as “vias normais” e que tudo não terá passado de um “incidente” que se resolve recorrendo aos mecanismos inerentes a uma hierarquia de comando.

Os GIP’s foram criados em 2006 tendo por missão executar acções de prevenção e de intervenção de primeira linha em todo o território nacional, em situações de emergência de protecção e socorro, designadamente nas ocorrências de incêndios florestais ou de matérias perigosas, catástrofes ou acidentes graves.

A missão destes militares é actuar nos primeiros minutos dos fogos florestais, no ataque inicial, sendo depois o combate ao incêndio da responsabilidade dos bombeiros. 

publicado por Lacra às 10:24
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obrigado Cris:)
Bem vinda :))
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Para mim e para muita gente a volta às adegas para...
Estou habituado na leitura de blogs on line, adoro...
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