O presidente da Fundação Rei Afonso Henriques, Arlindo Cunha, considerou hoje que a posição da líder do PSD sobre o TGV "tem a ver exclusivamente com o contexto de campanha" e "não abalará a cooperação entre Portugal e Espanha".
O ex-ministro de Cavaco Silva, que dirige a fundação que junta portugueses e espanhóis, discorda da posição da líder do seu partido e considera que a questão levantada "não faz sentido nenhum" e só pode ser interpretado "no contexto de campanha, a apenas duas semanas das eleições".
"Aquilo que vi na televisão de uma figura política portuguesa tem a ver exclusivamente com o contexto de campanha, mais nada", considerou, referindo-se às declarações da presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, no debate com o adversário socialista José Sócrates.
Para Arlindo Cunha, "de forma alguma" a relação entre os dois países será abalada com esta polémica.
"A cooperação entre Portugal e Espanha continua tranquilamente, Nós não estamos em campanha, não vamos a votos, a nossa eleição é outra", declarou.
Arlindo Cunha escusou-se a aprofundar mais a questão, dizendo apenas que não concorda com a posição da líder do PSD, mas que deliberou não se envolver nas eleições.
Arlindo Cunha falava em Bragança no final da primeira reunião da direcção da Fundação na sede portuguesa, em Bragança, inaugurada, em Junho, pelo presidente da República, Cavaco Silva.
A reunião serviu para preparar o processo da eleição do novo presidente, que deverá ocorrer antes do final do ano, estando já determinado que será um português, mas sem qualquer nome indigitado.
A fundação ibérica deu também conta da aprovação da candidatura ao QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional) do projecto de continuação do estudo da rota do Douro Património Mundial e da formatação informática do roteiro da bacia do Douro para estimular os operadores económicos a criarem produtos vendáveis/ turísticos.
Portugueses e espanhóis fizeram também o ponto da situação do maior projecto que a fundação tem neste momento em mãos, o "Zamora Românica", com um valor global de seis milhões de euros, para restauração de igrejas e património românico da cidade espanhola, vizinha de Bragança.
Fonte: Lusa