A ministra da Educação desvalorizou hoje os "problemas" na colocação de professores em Bragança, argumentando que resultam de regras impostas pelos sindicatos, nomeadamente uma lista graduada que "não tem sentido".
"São as regras que os próprios sindicatos impõem ao Ministério da Educação, de contagem do tempo de serviço e de uma lista graduada que não tem, para mim, sentido", disse Maria de Lurdes Rodrigues.
"É um mecanismo de colocação completamente ultrapassado" e "problemas com a lista graduada sempre houve", lembrou a ministra aos jornalistas, em Beja, após entregar prémios de mérito aos melhores alunos dos cursos científico-humanísticos, profissionais e tecnológicos da Escola Secundária D. Manuel I.
Segundo Maria de Lurdes Rodrigues, o que se passou em Bragança "são pequenos casos que sempre acontecem quando se faz um processo de contratação com esta dimensão, mais de 105 mil professores colocados nesta fase e outros tantos que tinham tido mobilidade na anterior".
Professores de Bragança queixaram-se quinta-feira de terem sido mal colocados pelo Ministério da Educação, ficando a dezenas de quilómetros de casa enquanto colegas com menos anos de serviço ficaram nas escolas mais próximas.
Os docentes vão reclamar, por considerarem que as colocações "foram feitas de forma aleatória, não cumprindo o critério da graduação profissional".
"Se algum professor sente que foi ultrapassado por qualquer razão", nomeadamente "se o tempo de serviço não foi medido de forma que considere a adequada", dispõe de "mecanismos previstos na lei para poder recorrer", frisou Maria de Lurdes Rodrigues.
"Se [o professor] tiver razão, certamente que o problema será resolvido", garantiu a ministra, frisando que "não há memória de um concurso tão competente e a tempo e horas".
"Provavelmente as pessoas já esqueceram o que se passou há seis anos", quando "o concurso foi, de facto, uma desgraça" e "em Janeiro ainda se estavam a colocar professores, com um total descontrolo até nas próprias contratações", lembrou.
Em relação ao arranque do novo ano lectivo, "tudo o que a havia para fazer do lado do Ministério da Educação foi feito", frisou a ministra, mostrando-se "convicta" de que "a grande maioria das escolas tem todas as condições" para as aulas começarem.
Segundo a ministra, há quatro escolas da região de Lisboa, que "tiveram autonomia para a contratação de professores", onde o processo de selecção e de recrutamento ainda está "em curso".
"Mas é uma questão de tempo de trabalho, não é nenhuma dificuldade, e vão certamente resolver-se os problemas que ainda persistem", garantiu.
Fonte: lusa