A autarquia de Vimioso desafia o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) a deslocar-se ao concelho para verificar “in loco” a situação em que se encontra o rio Maçãs e o rio Angueira, as duas únicas fontes de reserva de água da localidade.
Actualmente, segundo o autarca, José Rodrigues, os dois rios encontram-se praticamente secos, o que está a conduzir a deixar sem água quase metade do concelho de Vimioso. As localidades mais afectadas, para já, são Argozelo, Carção, Santulhão, Avinhó, Matela e Junqueira. No entanto, se continuar sem chover, a situação poderá estender-se às restantes freguesias.
A câmara está, por isso, a ponderar estabelecer uma parceria com o concelho vizinho de Miranda do Douro no sentido de ir retirar água ao rio Douro. A “solução” não agrada ao executivo mas é a “possível” face aos condicionalismos impostos pelo ICNB às alternativas já apresentadas para a resolução do problema.
A falta de água no verão é um problema que afecta Vimioso há já vários anos e que, segundo José Rodrigues, poderia ser resolvido com a construção de uma mini-hidríca no rio Angueira e com o alteamento de dois açudes no rio Angueira e no Maçãs. Os projectos já foram apresentados ao ICNB mas têm sempre sido chumbados devido aos condicionalismos inerentes a locais classificados como Rede Natura 2000. Segundo o autarca, o ICNB só aprovaria os projectos com determinadas condições que não servem os interesses das populações porque não resolveriam o problema da seca.
“O ICNB apontou limitações ao nosso projecto e, dessa forma, a situação fica na mesma. O melhor seria que viessem ao terreno ver como estão os rios Angueira e o Maçãs para terem noção da realidade”, apontou o autarca.
José Rodrigues assume mesmo estar “revoltado” com a posição do ICNB já que, para além dos prejuízos para as populações afectadas, há riscos para a fauna local, nomeadamente para a fauna piscícola.
Desde a semana passada que a vila de Argozelo e algumas aldeias estão a ser abastecidas com recurso a auto-tanques dos Bombeiros naquilo que o autarca classifica como “um verdadeiro crime ambiental”.
Recorde-se que também no concelho de Bragança há várias freguesias a ser abastecida por auto-tanques dos Bombeiros, uma situação que se repete ano após ano, por altura do Verão, um pouco por todo o Nordeste Transmontano.