Rui Vaz, o candidato socialista à câmara de Macedo de Cavaleiros, acusa a concelhia social-democrata de estar a elaborar as listas às juntas de freguesia com dezenas de elementos, à custa de “chantagem” e “promessas de emprego”.
Em conferência de imprensa, o candidato afirmou ter conhecimento de “dezenas de casos concretos” de pessoas que foram “pressionadas” a assinar a lista do PSD.
“As assinaturas são angariadas com promessas de emprego, chantagem e coacção. Temos vários exemplos de pessoas que estão comprometidas por promessas de emprego a familiares”, acusou.
As listas às juntas de freguesia são constituídas por apenas 14 elementos. No entanto, por norma, na elaboração das mesmas são angariadas mais assinaturas tendo em conta a possibilidade de desistências. Acontece que, segundo Rui Vaz, o PSD estará a fazer listas com mais de 30 e 40 pessoas, em algumas freguesias. O processo, apesar de não ser ilegal, é considerado pelo candidato socialista como “pouco democrático”, dado a baixa taxa de densidade populacional de algumas freguesias.
“Foi um acto premeditado com o objectivo claro de dificultar a vida ao adversário”, apontou.
Rui Vaz acrescenta ainda que em causa não está a não constituição de listas.
“O que está em causa é, mais uma vez, tornar público que há pessoas que em actos eleitorais não têm comportamentos democráticos”.
O candidato recordou que já noutros actos eleitorais houve situações de anormalidade e acusou o executivo de estar envolvido nessas mesmas situações.
Como exemplo Rui Vaz apontou as eleições dos Bombeiros, as eleições para a direcção da Associação Comercial ou para o Agrupamento de Escolas.
Já no caso das eleições autárquicas, o candidato diz que o PSD está a “enganar as pessoas” para assim “manter o poder a todo o custo”.
“É que as pessoas que assinaram essas listas, quando elas forem afixadas, não vão lá ver o seu nome porque são apenas permitidos 14 elementos”, explicou.
Confrontado com estas acusações, o líder da concelhia local e vereador da autarquia, Carlos Barroso, limitou-se a comentar que o PSD tem listas em todas as freguesias do concelho e que o processo está entregue a cada um dos cabeças de lista das freguesias.
O líder social-democrata alegou ainda não ter conhecimento de nenhum dos casos apontados pelo candidato socialista, até porque ainda não foi recepcionada nenhuma lista definitiva. O responsável político disse ainda que, nos termos da lei, não existe nenhum limite para o número de suplementos a integrar as listas e apontou que as alegações de Rui Vaz demonstram apenas a “dificuldade extrema” que está a ter em organizar o processo
“Se é porque foram tarde, se é porque ninguém acredita no seu projecto, é uma reflexão e análise que o candidato socialista terá de fazer”.
Apesar das dificuldades, o PS confirma que tem listas em 38 freguesias e quatro plenários e lembra que, há oito anos atrás, também Luís Vaz ganhou 25 juntas de freguesia mas perdeu a câmara.