Os distritos de Bragança e de Vila Real foram dois dos que mais contribuíram, conjuntamente com o distrito de Braga e de Viana do Castelo, para os mais de 17 mil hectares de área ardida que se registaram em Portugal continental desde Janeiro deste ano até 15 de Junho.
Os dados são do relatório da Autoridade Florestal Nacional e indicam ainda que a maioria das ocorrências foi registada em Março, em parte devido às elevadas temperaturas meteorológicas que se fizeram sentir nesse mês.
Em todo o país foram registados 20 grandes incêndios, com uma área ardida superior a 100 hectares. Destes, dez ocorreram nos distritos de Bragança e Vila Real. O maior de todos os incêndios registados no país foi mesmo o que ocorreu em Tuizelo, no concelho de Vinhais, provocando um total de 830 hectares de área ardida, devido a uma queimada para renovação de pastagens.
No distrito de Vila Real, o relatório destaca os incêndios ocorridos em Ermelo, no concelho de Mondim de Bastos; em Padroso, no concelho de Montalegre; e em Sedielos, em Peso da Régua; num total de 455 hectares de área ardida também por renovação de pastagens.
O vandalismo foi a causa que esteve na origem de outros grandes incêndios ocorridos no distrito de Vila Real, nomeadamente o de Ferral, em Montalegre, e o de Pedralae Tazém, em Valpaços, num total de 253 hectares de área ardida.
A entrada em áreas de caça foi outra das causas do incêndio que afectou a freguesia de São Salvador, em Boticas, no qual arderam 175 hectares. Já em Cabril, no concelho de Montalegre, arderam mais 174 hectares devido a actos negligentes.
Em investigação continuam os incêndios de Covas do Barroso, em Boticas, no qual arderam 110 hectares; o de Celas, em Vinhais, com um total de 551 hectares de área ardida; e o de França, no concelho de Bragança, onde arderam 449 hectares.
Em relação ao ano passado, a área ardida quase quadriplicou o que levou já os especialistas do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais a apelar à limpeza de terrenos e das florestas.