O pólo de Miranda do Douro da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) vai encerrar a 31 de Julho, no final do ano lectivo, por falta de alunos, revelou hoje à Lusa o reitor Mascaranhas Ferreira.
«Não há estudantes, não há possibilidade de se manter aberto», disse o reitor da universidade transmontana que abriu o pólo na cidade fronteiriça de Miranda do Douro há onze anos.
Numa fase inicial, Miranda do Douro chegou a acolher trezentos alunos nos cursos de Antropologia e Serviço Social, um número que foi diminuindo aos longos dos anos, e que se traduz agora, no momento do encerramento, em pouco mais de meia centena de estudantes.
O Instituto Politécnico de Bragança pode vir a ocupar a vaga deixada em aberto pelo encerramento do pólo da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro em Miranda do Douro. O desejo foi manifestado hoje por Amadeu Ferreira, um dos defensores da língua mirandesa, à margem da sessão de tomada de posse dos membros externos do Conselho Geral do IPB.
Amadeu Ferreira foi um dos sete elementos externos cooptados para o Conselho e mostrou-se desagradado com o encerramento do pólo mirandês da UTAD.
“Tenho muita pena. Creio que poderia ser importante para a própria UTAD se tivesse tido uma ligação mais forte à cultura e à língua mirandesa. Tenho esperança que um dia aquele pólo possa voltar a abrir, com a UTAD ou o IPB. Não vejo porque razão não possa ser o IPB”, disse. Amadeu Ferreira deixou ainda o desejo de haver “tão cedo quanto possível a cadeira de mirandês nas principais universidades do país”.
O Conselho Geral do IPB é formado por 25 elementos, desde representantes dos alunos, professores e funcionários, para além dos sete elementos externos que esta manhã tomaram posse, entre eles também o antigo ministro da saúde Paulo Mendo.
O presidente do IPB, Sobrinho Teixeira, explica os poderes deste órgão:
“Elege o presidente, demite-o se assim o entender. Poderá também demitir os directores das unidades orgânicas eleitos democraticamente, se achar que possa haver um perigo para o prosseguimento da evolução da instituição. E tem ainda uma série de prerrogativas como aprovar o plano estratégico para o quadriénio do seu mandato, aprovar todos os relatórios anuais, o orçamento, fixar as propinas dos alunos e aprovar a criação, extinção ou transformação de escolas.”
Entretanto o ex-presidente do IPB, Dionísio Gonçalves, foi eleito presidente do Conselho Geral com 85 por cento dos votos e espera agora a chegada de propostas para começar a dar início ao mandato.
“Vai depender das propostas que o Politécnico fizer. É um órgão que tem as funções de aprovar as propostas que vierem do presidente da instituição.”
Dionísio Gonçalves revelou ainda que no próximo ano entrará em vigo já o novo curso de Arquitectura Paisagística.