O encerramento de 228 escolas do primeiro ciclo, no distrito de Bragança, foi uma medida positiva e que “valeu a pena”. A constatação é do deputado socialista pelo distrito de Bragança, Mota Andrade, que fez um balanço das medidas para a educação, aplicadas ao longo de quatro anos, e o impacto que tiveram na região.
Desde 1984 que estava decidido racionalizar o primeiro ciclo e encerrar as escolas com menos de dez alunos. Só que, segundo Mota Andrade, “nunca nenhum Governo teve coragem de avançar com a medida pelo impacto que esta teria junto das comunidades”.
Há quatro anos atrás o Governo de Sócrates decidiu aplicar a medida e, só no distrito de Bragança, foram encerradas 228 escolas. Apesar das contestações, Mota Andrade garante que todos os municípios do distrito colaboraram com o Governo nesta reforma do ensino e que a própria oposição acabou por se “calar”. Mas a “prova” que esta medida foi positiva, no entender de Mota Andrade, foi dada pelas próprias famílias e comunidades afectadas: “feito esse trabalho não houve nenhuma aldeia ou família com crianças deslocadas que quisesse reabrir as escolas o que é sintomático de que esta foi uma boa medida”.
Com a concentração dos alunos em centros escolar, o deputado destaca que foi possível melhorar a qualidade do ensino, desde logo porque se acabou com o isolamento dos alunos e professores.
Ao mesmo tempo, “introduziu-se a escola a tempo inteiro, as actividades de enriquecimento curricular, e o transporte e alimentação subsidiados pelo Estado”.
Professores excedentes vão ser integrados
Apesar de haver um excedente de 150 professores de Quadro de Zona Pedagógica, e não 500, como tinham anunciado os sindicatos, Mota Andrade lembrou que com o encerramento das escolas nenhum docente ficou de fora do sistema e garantiu que não será agora que isso irá acontecer.
Os 150 docentes vão ser integrados numa bolsa e irão prestar apoia aos alunos, a projectos e às Novas Oportunidades.
“Isto não é nenhuma novidade, é uma questão legal, embora haja, por parte da oposição, a tentativa de levantar poeira”, criticou.
O deputado lembrou a forma como decorreram os concursos “no tempo do PSD”, em que “foram deixados de fora inúmeros professores provocando atrasos no começo das aulas” e anunciou que, a partir deste ano, os concursos serão feitos apenas de quatro em quatro anos.
Bragança com investimentos de 47 milhões de euros
Em quatro anos, o distrito de Bragança sofreu investimentos na ordem dos 47 milhões de euros só para a área da educação. Até ao momento foram construídos os Centros Escolares de Freixo de Espada à Cinta, Vimioso e Alfândega da Fé, e estão em construção os de Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Mogadouro, Carrazeda de Ansiães e Bragança (quatro). Em fase de candidatura encontram-se ainda os centros escolares de Miranda do Douro, Vinhais, Moncorvo e Vila Flor.
A este valor, Mota Andrade somou ainda os investimentos feitos na requalificação do parque escolar, sendo que alguns deles ainda vão iniciar.
Já no que diz respeito ao Plano Tecnológico lançado pelo Governo, Mota Andrade destacou, para a área da educação, a colocação de quadros interactivos nas escolas do distrito e a distribuição dos computadores Magalhães.
No distrito já foram entregues mais de dois mil computadores Magalhães e estão pedidos cerca de quatro mil. Mota Andrade considera esta uma medida “da maior importância” embora admita que haja localidades que não têm acesso à internet de banda larga.
“Há muita chacota e há algumas falhas mas eu tenho orgulho de viver num país que foi pioneiro em implementar uma medida destas, medida que está agora a ser aplicada por outros países”.
Admitindo sempre que “era possível fazer melhor”, o deputado socialista deixou o desafio: “quem quer fazer melhor tem que provar”.