
Os produtores de fumeiro de Vinhais esperam que a crise não afecte os paladares em mais uma feira dos tradicionais enchidos transmontanos que, entre hoje e domingo, perspectiva movimentar mais de meio milhão de euros.
Há 29 anos que o certame é a montra da importância económica do fumeiro, imagem de marca do concelho do Nordeste Transmontano, em pleno Parque Natural de Montesinho.
Segundo contas da organização da feira - a empresa municipal Turimontesinho - serão comercializados enchidos e derivados de 550 porcos, que chegam a atingir um valor comercial de mil euros por carcaça.
Feitas as contas, os quase 90 expositores de fumeiro, entre individuais, cozinhas regionais e unidades industriais de transformação têm a expectativa de comercializar mais de meio milhão de euros em ano de crise.
A iniciativa, que começou há quase três décadas com um grupo de senhoras a vender o fumeiro que confeccionavam num largo da vila, originou uma fileira económica que vai desde as pocilgas dos criadores de porco da raça bísara, às unidades industriais de transformação.
A feira continuou, no entanto a ter sempre espaço para os pequenos produtores tradicionais, os guardiães dos segredos da confecção que já conferiu protecção comunitária, com Indicação Geográfica Protegida (IGP) a oito produtos do fumeiro de Vinhais, designadamente o famoso salpicão, a linguiça, a alheira, o chouriço azedo e o presunto.
Para além dos produtores do fumeiro regional e artesãos, na edição deste ano as tasquinhas de gastronomia regional vão servir carne de vaca das raças autóctones transmontanas Mirandesa e Maronesa.
Os visitantes vão também encontrar pela primeira vez um espaço dedicado a produtos "gourmet" de várias regiões como azeites, doces, queijos ou vinhos.
Além do negócio com os produtos gastronómicos, a feira do fumeiro de Vinhais é também um espaço de diversão com espectáculos musicais e premeia os melhores produtores de fumeiro e da raça bísara em concursos.