Direcção clínica do centro Hospitalar do Nordeste, em Bragança, diz que, pelo menos, 80 pessoas deixaram de realizar operações às cataratas nos primeiros meses do ano devido a atrasos na distribuição do correio.
O Gabinete de Comunicação e Imagem dos CTT desconhecer a situação e não ter qualquer reclamação nesse sentido, mas o director clínico do Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE), Sampaio da Veiga, afirma terem sido os próprios doentes a comunicarem aos serviços hospitalares que não receberam as cartas a tempo.
"Começámos a ficar preocupados quando verificámos que estavam a faltar alguns doentes que já tinham feito todos os exames de preparação. Tentámos saber os motivos e a resposta foi que não tinham recebido a carta a tempo", afirmou.
De acordo com o director clínico, "nos primeiros cinco meses do ano, faltaram 80 doentes".
Segundo explicou Sampaio da Veiga, estes doentes fazem primeiro vários exames de preparação e alguns dias ou semanas depois são chamados para a operação às cataratas.
O director clínico garantiu à Lusa que a comunicação da data é feita "em correio azul e com, pelo menos, oito dias de antecedência".
"Tendo em conta que o Correio Azul deve chegar no dia seguinte, seria mais do que suficiente", considerou.
As 80 faltas equivalem a meio mês de operações que deixaram de ser realizadas sem possibilidade de substituir os doentes por outros em lista de espera.
O CHNE decidiu não formalizar queixa ou reclamação junto dos CTT e, em vez disso, reforçar os mecanismos de aviso aos utentes.
Segundo o director clínico, "agora, para além de enviarmos as cartas, telefonamos também na véspera da cirurgia a confirmar", embora, como disse, a solução nem sempre seja fácil.
A maioria da população é idosa e nem sempre tem telefone em casa ou usa o telemóvel, o que obriga o centro hospitalar a recorrer algumas vezes ao telefone público ou de amigos ou familiares.
O Gabinete de Imagem dos CTT informou que "não tem em Bragança nenhuma reclamação, nem nada para entregar" relativamente à referida correspondência.
Garante também que nesta região, o Correio Azul "segue os padrões de qualidade do resto do país, com 95 por cento de entregas dentro do prazo".
A empresa de Correios refere ainda que "não há nenhuma maneira de saber quando as cartas foram enviadas ou recebidas", o que só é possível de esclarecer no caso de serem registadas e com aviso de recepção.
O director clínico do CHNE, Sampaio da Veiga, alerta para as implicações para doentes afectados, que perdem a vez e têm de aguardar mais algum tempo até ser marcada nova cirurgia.
O tempo de espera para uma cirurgia oftalmológica diminuiu de mais de um ano para menos de quatro meses no CHNE com a abertura, em 2008, do centro de cirurgia de ambulatório, na unidade hospitalar de Mirandela.
Segundo Sampaio da Veiga, o novo espaço, que serve todo o distrito, permitiu duplicar o número de cirurgias, realizando-se actualmente dez por dia, graças também à contratação de mais três especialistas.
Fonte: Lusa
Nota: É verdade que os CTT em Bragança funcionam mal, é um facto que qualquer pessoa pode facilmente comprovar. Basta enviar uma carta em correio azul e verificar quando esta chega ao destinatário. Os CTT em Bragança prestam um mau serviço desde há muito tempo e não assumem esse erro, preferem permanecer no erro.