"É um pacote de dez concessões rodoviárias, que foi lançado pelo Governo e que não é pacífico. Os argumentos contra falam de custos elevados e difíceis de calcular. Quem está a favor fala em coesão territorial e criação de empregos.
As novas estradas têm dividido opiniões não só entre os principais partidos políticos mas também em outros sectores da sociedade civil que não concordam com mais infra-estruturas rodoviárias no país.
De norte a sul, são 2340 quilómetros entre novas estradas e gestão e manutenção de outras que já existem.
O financiamento assenta quase sempre no recurso à banca, que tem dado muitas dores de cabeça aos consórcios que apresentaram propostas para as concessões. São negociações complicadas, em altura de crise, que muitas vezes se desbloqueiam quase em cima dos prazos e em condições muitas vezes pouco vantajosas para as empresas, com elevados encargos financeiros.
A parte do Estado (o Valor Actualizado Líquido) ou VAL fica fixado nos contratos, mas é difícil de estimar quais serão realmente os valores a sair do erário público porque as concessões são a 30 anos e nesse período muita coisa pode mudar.
O Governo adianta apenas valores que de 2,2 mil milhões de euros de valores que devem sair dos cofres da Estradas de Portugal para pagar à concessionárias. E diz que os investimentos são essenciais porque irão ligar todas as capitais de distrito do país (por exemplo, a Auto-estrada Transmontana vai permitir a primeira ligação em auto-estrada a Bragança) e porque irá criar milhares de empregos directos e indirectos. O PSD tem vindo a acusar o executivo de estar a planear uma terceira ligação entre Lisboa e o Porto.
Apesar de tudo as concessões estão quase todas adjudicadas. Se o processo fosse agora parado, é quase certo que iria haver custos para o Estado até porque normalmente estes contratos acarretam elevadas compensações para os privados em casos de rescisão ou alterações unilaterais." in Jornal de Negócios
Comentário: Se vivessem aqui no Nordeste Transmontano já percebiam o porquê da necessidade das estradas...mas têm razão, não são precisas tantas estradas, não, no litoral não...