A constituição de um Instituto de Língua Mirandesa, em Miranda do Douro, continua a “marcar passo” mas há garantias, por parte da secretária de Estado da Cultura, Paula Fernandes dos Santos, que o Governo está a “trabalhar” no sentido de viabilizar o projecto dentro de prazos “razoáveis”.
À margem da visita ao Museu das Terras de Miranda, Paula Fernandes dos Santos, confirmou que o Ministério da Cultura tem uma grande “receptividade” à identidade e importância da língua e cultura mirandesa. No entanto, o processo de constituição do Instituto envolve várias entidades e ainda não há datas ou dados concretos sobre o projecto.
Ainda assim, um dos impulsionadores da criação de um Instituto de Língua Mirandesa, Júlio Meirinhos, acredita que o Governo irá dar este passo, considerado “fundamental” para garantir a implementação do mirandês.
“Há a garantia firmada e pessoal do ministro da Cultura e há disponibilidade orçamental e financeira assumida pelo Ministério das Finanças. Há um compromisso político assumido”, garantiu Júlio Meirinhos.
Apesar de não haver datas, o “entusiasta”, garantiu ainda que há várias instituições envolvidas neste processo, entre as quais também o Ministério da Educação.
Sem estar ligado institucionalmente ao processo de criação do Instituto da Língua Mirandesa, Júlio Meirinhos não deixou de “aconselhar” as instituições e organismos locais a fazerem a pressão “adequada, própria e patriótica da causa”.
No seu entender, o Instituto da Língua Mirandesa vai servir para garantir a isenção, o tratamento e o aprofundamento do mirandês, possibilitando ultrapassar algum “folclore e apatia” que ainda existe relativamente à língua e à sua implementação.
“Tal como as outras línguas têm as suas academias, que cuidam das mesmas, este Instituto teria essa vocação de dar-lhe entusiasmo, disciplina, apoio, divulgação e promoção”.