Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
14 de Julho de 2010

Os apoios ao empreendedorismo têm sido alvo de uma crescente procura, na região, por parte dos jovens empresários. No entanto, ainda são muitas as dúvidas existentes acerca das formas de apoio e de financiamento para a criação do auto-emprego.

Foi por isso que, na semana passada, a Juventude Socialista  de Bragança quis promover uma conferência dedicada ao tema, chamando os responsáveis pelo Gabinete de Empreendedorismo do Instituto Politécnico de Bragança, do Centro de Emprego local, do Centro de Formação, do Núcleo Empresarial de Bragança e dois jovens empresários que já têm um negócio consolidado.

Os números de 2009, do Centro de Emprego, indicam que as solicitações feitas através da Iniciativa Local de Emprego foram bastante elevadas e que os projectos implementados no terreno estão a ter êxito.

“Na globalidade foi um projecto que valeu a pena implementar e que está a dar frutos”, apontou Alcídio Castanheiro, responsável da instituição, referindo que houve projectos que tiveram apoios na ordem dos 50 mil euros, dependendo do investimento e dos postos de trabalho criados.

Para o ano de 2010, na iniciativa Emprego 2010, dá aos jovens desempregados a possibilidade de pedirem a antecipação do subsídio e implementarem o seu próprio emprego. Para o investimento, há a oportunidade de recorrer ao Micro Invest, um programa de micro-crédito que financia projectos até aos cinco mil euros.

Alcídio Castanheira refere que há, actualmente, bastantes pedidos de apoio para projectos, mas que estes se encontram em análise no Centro de Emprego e na Segurança Social.

Para além desta instituição, o Instituto Politécnico de Bragança apostou também na criação de um Gabinete de Empreendedorismo que apoia os jovens a desenvolver o seu próprio negócio. Foi a esse gabinete que Márcio Vara recorreu, há um ano e meio, para implementar no terreno uma empresa na área de Gerontologia, âmbito em que se formou.

“Acreditando que não nos devemos só queixar, e porque sou de Bragança, apostei na criação do meu próprio emprego”, contou.

O jovem confessa que a presença e o apoio do IPB foram mais-valias para que o projecto avançasse e, hoje, depois de ano e meio no terreno, o saldo é bastante positivo.

“Apesar de ser um meio de trabalho volátil, em que tanto podemos ter muitos pedidos como poucos, conseguimos criar mais postos de trabalho e integrar recém-licenciados”.

Márcio lamenta apenas que os apoios existentes ainda sejam pouco conhecidos pois podem ser fundamentais para quem aposta na região.

“Na minha área, as principais dificuldades que sinto estão relacionadas com o baixo poder de compra e com as dificuldades culturais em expandir e divulgar um novo negócio”, apontou.

Da mesma opinião é Nuno Machado, jovem empresário da área da restauração. Na área em que trabalha, no entanto, já há menos apoios, sendo que o jovem optou, por isso, na diferenciação para conseguir vingar no mercado.

“Já que em Bragança temos um mercado pequeno, optamos pela diferenciação, apostando no catering, nos serviços para fora e nas feiras de gastronomia, onde fazemos questão de marcar presença”, revelou.

Com 27 empregados e custos mensais fixos bastante elevados, Nuno Machado considera que a procura de outros mercados é a saída para o sucesso.

“Para conseguirmos aguentar, temos de ir para outros mercados e aproveitar as feiras que se realizam fora da região”, contou.

A grande distância aos centros urbanos, onde se centra o maior poder de compra,  é um dos factores que mais entraves causa aos jovens do distrito. Isso e os factores de produção mais elevados, conforme apontou Rui Vaz, presidente do Nerba.

No seu entender, a percentagem de jovens empresários que apostam no distrito de Bragança ainda é muito baixa, mas tal pode estar relacionado com a conjectura e conjuntura económica.

“Os jovens do interior não são menos sacrificados que no litoral, mas aqui há dificuldades acrescidas”, considerou.

Para quem pretenda implementar um negócio, o melhor caminho é procurar o apoio existente nas várias instituições e estudar o melhor modelo a criar. Recorde-se que, ainda recentemente, a organização “Business Angel’s” criou um protocolo com o IPB e com o Nerba para que estes  sejam seus representante no distrito de Bragança. Os “Business Angel’s” são outra das entidades que apoiam boas ideias de negócio, entrando, numa primeira fase, com capital financeiro e com a experiência profissional dos seus associados.

publicado por Lacra às 07:00
21 de Abril de 2010

Há várias escolas e agrupamentos do distrito de Bragança que estão a implementar no terreno projectos de intervenção contra a violência e o bullying (violência exercida de forma continuada por um mesmo grupo/pessoa sobre uma outra). As medidas, para já, passam sobretudo pela prevenção dos pais sobre estes fenómenos e sobre a forma como devem reagir perante estas situações.

A notícia foi avançada por Luís Martins, responsável do Centro de Área Educativa (CAE), à margem do debate sobre bullying, promovido pela Juventude Socialista de Bragança.

Algumas escolas já estabeleceram regras e colocaram-nas no regulamento interno, um “primeiro passo” de outros processos a “afinar”, como apontou o responsável.

Estas medidas que começam, agora, a ser aplicadas nos vários agrupamentos do distrito surgiram após a realização de um estudo sobre a violência escolar, dinamizado pelo Agrupamento de Centros de Saúde do Nordeste (ACES) em colaboração com as equipas locais de saúde escolar.

Segundo esse estudo, uma em cada três crianças já foi vítima de algum tipo agressão, num total de 36,4 por cento . Em geral, os rapazes são mais vítimas e agressores do que as raparigas. Os recreios são os locais onde acontecem mais agressões, seguindo-se o caminho para a escola, no caso do distrito de Bragança.

As conclusões, apresentadas por Manuela Santos, em representação do ACES, dizem respeito a todos os agrupamentos do distrito de Bragança, com excepção de dois deles. Os 3500 inquéritos foram aplicados nos anos de 2008 e 2009 às crianças do 1º e 2º ciclo.

Perante a dimensão do problema, agora avaliado, várias escolas estão já a tomar medidas que, depois, serão novamente alvo um estudo para verificar se surtiram algum efeito.

 

Famílias e Escolas têm de estar “atentas”

Ainda há poucos casos de violência e de bullying a ser encaminhados para a pedopsiquiatria do Centro Hospitalar. Elisa Vieira, a única profissional da área a cobrir todo o distrito, considera que as escolas deviam orientar estas crianças para o serviço de psicologia escolar que, perante cada caso, entenderia se deveria, ou não, fazer o encaminhamento para a Pedopsiquiatria.

“Chegam-me alguns casos de bullying, tanto de vítimas como de agressores, mas muito poucos”, afirmou.

A especialista pede “mais atenção” aos pais e à própria escola para este tipo de situações que, muitas vezes, ainda são desvalorizadas, conforme notou: “quando os miúdos dizem aos pais que são vítimas de violência, muitas vezes, estes desvalorizam e incentivam as crianças a responder na mesma moeda ou a desvalorizarem. Também os professores, muitas vezes, desvalorizam as situações e dizem que são coisas de crianças”.

Apesar dos “poucos” casos em mãos, (poucos, face aos números apresentados pelo estudo), Elisa Vieira admita já ter acompanhado situações de bullying agressivo em que as vítimas chegaram orientadas pelo serviço de urgência hospitalar. Há ainda os casos de bullying psicológico e até de ciberbullying – violência com recurso à internet. Neste último, a vítima foi filmada a tomar banho na escola, após uma aula de educação física, e o vídeo foi colocado a circular na internet.

A pedopsiquiatra acompanha ainda o caso de alguns agressores que são encaminhados quer pela escola, quer pelo médico de família. Elisa Vieira aponta que, tanto no caso de vítimas como de agressores, são crianças que precisam de ajuda e que sem tratamento e sem orientação dificilmente tratarão o problema.

“Castigar, retirar as crianças agressoras da escola ou mudá-las para outro estabelecimento de ensino, não é solução. Se não houver tratamento nem orientação, a questão continua”.

É que, segundo apontou, geralmente os agressores são crianças que vivem sem grande supervisão familiar e que podem ser vítimas de violência física ou psicológica. Em geral, têm atributos físicos invejáveis no meio em que se relacionam e, por isso, conseguem dominar o grupo.

Já as vítimas, são crianças mais frágeis em termos emocionais e que se submetem. Por norma apresentam fracasso escolar, isolamento, depressão e,  no casos extremos, podem chegar à auto-agressão e ao suicídio.

Elisa Vieira assume que violência “sempre houve” mas, a diferença para os dias de hoje, no seu entender, está em factores como a ausência da família, o facilitismo e a entrega das crianças, por assim dizer, a “amas electrónicas”.

“A família está cada vez menos presente e é cada vez maior o tempo que as crianças passam entregues aos seus jogos, filmes, televisões... Não é factor único para chegar à agressão mas são factores a ter em conta”.

 

Sinais de alerta

Os pais e familiares devem estar atentos também para alguns sinais que as crianças possam dar. No caso das vítimas de agressão, segundo Isabel Parente, assistente social, é frequente que “inventem” desculpas para não ir à escola e que desenvolvam medo e fobia escolar.

Mas também os agressores demonstram indícios, nomeadamente irritação e atitudes hostis para com os pais, familiares e amigos. Por norma não têm aproveitamento escolar e não são alunos atentos.

O diálogo é uma das vias que os pais ou familiares devem utilizar, tanto com vítimas como com agressores e Isabel Parente explica porquê: “tanto no caso das vítimas como dos agressores, são crianças que se sentem abandonadas. A vítima fecha-se em si e não consegue contar o que se passa. O agressor sente-se livre porque ninguém o controla ou se preocupa com ele, sendo a única via a agressão”.

13 de Junho de 2009

 

Bragança vai ter um espaço onde os jovens podem fazer ouvir a sua voz.

O Conselho Municipal da Juventude foi aprovado na última Assembleia Municipal e vai permitir aos mais novos participar na vida do município, num órgão de consulta presidido pelo próprio presidente da Câmara.

 

O líder da distrital da Juventude Socialista, Bruno Veloso, foi um dos defensores deste conselho e congratulou-se pela sua criação. No entanto, critica o tempo que o processo demorou.

“Não nos podemos congratular que durante ano e meio tenha desprezado a juventude e as políticas da juventude. Aquilo que este conselho preconiza não é caridade para os jovens ou apoios pontuais para actividades. Não! É ouvir os anseios dos jovens em políticas de juventude. E tem ainda o condão de dar importância aos mais novos”, diz Bruno Veloso.

 

Jorge Nunes, presidente da câmara de Bragança, continua a defender que a juventude tem outras formas de se fazer ouvir.

“A juventude não tem só nos conselhos municipais as suas formas de participação cívica. Tem bem mais participação nos movimentos associativos nas escolas do que há-de ter no Conselho Municipal da Juventude. Mas quando se fazem as coisas tem de ser com pés e cabeça. A Associação Nacional de Municípios considerou a legislação produzida neste âmbito insuficiente e, por isso, pediu aos grupos parlamentares que fosse apreciada, para que se evite uma situação de conflito desnecessária entre os jovens e as autarquias”, defende Jorge Nunes. Por outro lado, diz que os mais novos “devem cada vez mais ser chamados a participar nos órgãos com competência como a câmara e a assembleia municipal”.

 

Para já ainda não foram avançados prazos para o início dos trabalhos deste órgão de consulta, constituído por associações oficialmente reconhecidas, membros das associações de estudantes do ensino superior e secundário e um elemento de cada grupo da assembleia municipal.

 

 

Escrito por Brigantia

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