Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
29 de Outubro de 2010

No próximo domingo, 31 de Outubro, a aldeia de Cidões, em Vinhais, volta a recriar a Festa da Cabra e do Canhoto, uma tradição ancestral que tem vindo a ser promovida, desde há vários anos, pela Associação Raízes d’Aldeia de Cidões como a “verdadeira noite das bruxas à transmontana”.

Sob o dito popular “quem ao canhoto se aquecer e da cabra comer, um ano de sorte vai ter”, os locais organizam um ritual de raízes celtas. A cabra “machorra” é cozinhada num pote, numa fogueira de “canhotos” de cinco toneladas e com a representação do diabo em cima de um carro de bois.

Este ano, pela primeira vez, a música celta vai ter mais destaque, com a presença do artista, Sebastião Antunes e do grupo Quadrilha, estes últimos presentes há mais de dez anos seguidos.

Os membros da Associação dizem, ainda, que esta festa que se realiza em pleno coração de Trás-os-Montes é o que resta de “mais puro e genuíno de todas as crenças e tradições”. É que, segundo explicam, em comunicado à imprensa, os celtas, que tiveram uma forte presença na região, tinham o costume de, no dia 31 de Outubro, acender uma grande fogueira, na parte mais alta da localidade, para celebrar o “Samhain”, que seria o ritual de fim e início de um novo ano para os celtas.

“Os cristãos transformaram essa data no Dia de Todos os Santos e no Dia dos Finados. Em muitas regiões do planeta, transformaram-na na noite das bruxas”, explicam.

É por irem às raízes que a festa de Cidões só começa à noite: “o povo celta, assim como outros povos de origem pagã, celebrava o começo dos dias através do anoitecer”.

A Festa da Cabra e do Canhoto, à semelhança do ancestral ritual celta evocado, visa celebrar o início de um novo ano, a recolha dos alimentos e o início dos meses de inverno, meses sem grande produção agrícola.
“É uma noite de alegria e festa, pois marca o início de um novo período nas nossas vidas, sendo comemorado com uma grande fogueira feita no cimo da aldeia, numa encruzilhada de uma clareira onde se queima o canhoto (tronco de árvore) “que representa o diabo”, com muito vinho, aguardente queimada, jeropiga, castanhas, fruta, café com brasa no pote e o tradicional repasto de cabra “machorra”, que representa a mulher infértil do diabo, confeccionada em grandes potes de ferro”, apontam.

Paralelamente decorre a Feira de Produtos da Terra, bem como o magusto, que este ano pode ser acompanhado com uma queimada especial com aguardente e café feito no pote. O local é numa encruzilhada, no cima da aldeia de Cidões, num cenário “idílico”.

Depois do jantar, os rapazes percorrem a aldeia para a “virar do avesso”. “Colocam os vasos de flores no meio da rua, rebolam com os carros de bois e carroças, deixando-os com as rodas para o ar”, descrevem. Depois, aparece o “diabo” em cima de um carro de bois que percorre toda a aldeia para “não deixar dormir ninguém”.

A festa é aberta a todos quanto queiram participar.

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