“Sagrado e Profano” é o título da mostra artística de Miguel Moreira e Silva, patente no Centro Cultural de Bragança desde a semana passada.
São cerca de 21 trabalhos, desenvolvidos desde 1992, que mostram as várias fases do artista, sobretudo a nível plástico, embora tendo como tema comum a dicotomia do sagrado e do profano, do bem e do mal, e do “fantástico” sempre presente nestas temáticas. Assumindo-se mais como escultor do que pintor, Miguel Moreia e Silva tentou assim dar a conhecer um pouco mais o seu trabalho nas artes plásticas, abarcando as várias fases que teve na pintura.
“Parece quase uma colectiva porque são trabalhos de várias fases em que fiz uma repescagem”, contou o artista.
Já a temática dualística está sempre presente até porque “o sagrado está cheio do fantástico”, considerou Miguel Moreira e Silva, referindo-se, nomeadamente, aos dogmas católicos bem conhecidos no seio da cultura judaico-cristã.
Exemplo disso é um quadro do autor, inspirado na Piéta de Miguel Ângelo. “Lá está a escultura a marcar”, apontou, explicando que nem sempre a inspiração é apenas “religiosa”, por assim dizer.
Aliás, a inspiração do artista não se esgota nos temas do sagrado ou no profano, sendo bem maior e estando relacionada também com o cinema, a banda desenhada, entre outros.
“Durante muitos anos estive ligado ao Fantasporto e esse lado negro faz com que seja mais fácil trabalhar nesse campo, embora as peças que aqui estão não sejam tão violentas”, explicou Miguel Moreira e Silva.
As peças estão em exposição no Centro Cultural de Bragança. Para além dos quadros, o artista não resistiu a levar algumas outras peças da sua autoria.