Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
03 de Maio de 2010

A auto-estrada transmontana terá um impacto económico global negativo se o Governo decidir introduzir na subconcessão mais troços portajados. A conclusão é dos especialistas Pedro Godinho e Eduardo Barata, da Universidade de Coimbra, autores de um estudo sobre os impactos económicos da construção desta via, divulgado no âmbito da Semana de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Bragança.

Segundo esse mesmo estudo, a construção da auto-estrada transmontana e do túnel do Marão trará “inquestionavelmente” mais benefícios económicos do que custos, tanto a nível qualitativo como quantitativo. Mas, caso venham a ser inseridos mais troços portajados, os benefícios perdem-se porque se prevê uma redução do número de utilizadores daquela via, conforme apontou o especialista Pedro Godinho.

“Para os níveis de utilização da auto-estrada aquilo que é expectável é que o aumento de troços portajados  provoque uma redução do número de pessoas que vão usar a auto-estrada e, por essa via, uma redução dos benefícios que decorrem do novo empreendimento”, explicou.

Os resultados obtidos tiveram em conta as portagens actualmente previstas, em dois troços, e dados económicos fornecidos pela empresa Estradas de Portugal e por consultores internacionais.

Os economistas avaliaram factores como o tempo, a redução da sinistralidade, os novos utilizadores, entre outros, e chegaram à conclusão que o benefício líquido total da construção desta via é de 2334 milhões de euros, enquanto que aos custos, (construção, exploração e manutenção), está associado um valor total de 1088 milhões de euros, valores estimados para o decurso de 30 anos

Os economistas utilizaram no estudo os  parâmetros definidos internacionalmente para Portugal e que foram revistos em baixa tendo em conta as particularidades da região transmontana e os “custos” da interioridade.

“Baixamos os parâmetros tendo em conta o Produto Interno Bruto (PIB) per capita da região”, explicou Pedro Godinho.

De todos os factores avaliados, o tempo é aquele que tem um maior impacto em termos de ganho, num total de 1386 milhões de euros de benefícios líquidos. Esse valor foi calculado tendo em conta os valores calculados para as deslocações trabalho – casa; deslocações de trabalho e deslocações a lazer. Por exemplo, em termos mesuráveis, o tempo poupado pelas empresas nas deslocações, com a nova subconcessão, será um factor que trará mais competitividade económica.

No entender do economista Pedro Godinho, “valia a pena dar ter dado maior peso à utilização da auto-estrada por parte das pessoas desta região e ao desenvolvimento que a via trará”. Se os ajustamentos não tivessem sido feitos, o economista garante que os valores dos benefícios seriam superiores em 20 por cento.

Pedro Godinho acredita que a subconcessão pode vir a “mudar a região” em termos económicos, já que os resultados obtidos foram calculados ao nível do país e não apenas da região.

 

Prazo de conclusão para 2011

A auto-estrada transmontana deverá estar concluída em Agosto de 2011. Pelo menos essa é a previsão do director-geral da concessionária “Auto-estradas XXI”. Rodrigues de Castro assumiu que o problema com o Tribunal de Contas “ainda não foi ultrapassado”, mas há a expectativa que, durante este mês, essa questão seja superada. 

A auto-estrada transmontana vai ter 130 novos quilómetros mas a obrigatoriedade de fazer coincidir alguns dos troços com o actual IP4 faz com que haja zonas onde a inclinação e o raio de curvatura “não é o mais desejável”.

Ainda assim, Rodrigues de Castro aponta que os limites de segurança “não são ultrapassados” e, apesar de actualmente haver registo de carros que circulam a 240 km/h no IP4, o director geral considera que, futuramente, essa será uma questão de “controlo e vigilância” a que as autoridades terão de estar atentas.

“A auto-estrada será muito boa, tanto no perfil, como nas inclinações e curvas. Terá quatro faixas de cada lado, bermas, separador central”, apontou Rodrigues de Castro, sublinhando que os troços com curvas mais acentuadas são “pontuais”.

As obras vão aproveitar, ainda, alguns dos viadutos existentes, como o viaduto sobre o rio Tinhela, na zona de Murça. Já sobre o rio Corgo está a ser construído um viaduto com 200 metros de altura.

Na zona de Lamares, em Vila Real, e na zona de Rossas, em Bragança, vão ser construídos dois centros de apoio e manutenção à futura auto-estrada. Nesses centros vão ficar dois silos de sal para apoio àquela via sempre que se verifique queda de neve. Actualmente a empresa possui três limpa neves com espalhador de sal, alguns camiões e carrinhas de apoio, mas estes meios devem ser reforçados aquando da conclusão das obras.

À medida que as obras forem avançado, os condutores serão obrigados a fazer desvios pontuais para a estrada nacional nº15.


Várias escolas do concelho de Bragança poderão encerrar já no próximo ano lectivo. A denúncia foi feita na última Assembleia Municipal pelo vereador do movimento independente Sempre Presente, Humberto Rocha.

Uma denúncia que provocou grande discussão.

Foram precisos votos do PSD para aprovar uma moção da bancada do Movimento Independente, que permitiu ao vereador Humberto Rocha usar da palavra.

Na sua intervenção, o vereador independente denunciou movimentações do Grupo de Apoio às Escolas para encerrar alguns estabelecimentos de ensino e agrupamentos no concelho.

“Tive conhecimento que teria havido uma proposta apresentada por Luís Martins de encerrar escolas com menos de 21 alunos. Essa proposta existiu. Entre outras, seriam Izeda, Zoio, Rebordãos, Salsas, Samil, Parada, Quintanilha. Pelo menos são essas as escolas de que me recordo”, explicou.

 Humberto Rocha considera mesmo que, a concretizar-se, esta medida não faz sentido.

“Parece-me que é um disparate completo e uma desumanidade total. Estamos a falar de crianças, algumas com três anos. Qual é o pai que fica tranquilo com esta decisão. E é um prejuízo para todo o concelho. Reveste-se de alguma desumanidade e alguma irresponsabilidade e que não possa vingar.”

O vereador tinha já levantado a questão em reunião de câmara. Ora, em resposta escrita, citada pelo vereador na Assembleia Municipal, o presidente da câmara de Bragança, Jorge Nunes, confirmou algumas medidas previstas, como “a fusão de escolas como o Agrupamento de Izeda com um da cidade, resultante da fusão entre o Agrupamento Augusto Moreno e a Escola Secundária Miguel Torga; extinção do ensino secundário na escola Miguel Torga; encerramento em 2012 dos segundo e terceiro ciclos do Agrupamento Vertical de Izeda”.

 Esta questão provocou mesmo uma discussão entre Humberto Rocha e Vítor Prada Pereira, do PS, que considera estas possibilidades meros “boatos”. E sugere um entendimento entre as câmaras de Bragança e Macedo de Cavaleiros.

“A autarquia de Bragança e Macedo deviam entender-se, de uma vez por todas, elaborar uma proposta à DREN, para juntar toda aquela gente do planalto de Izeda no agrupamento. Isso é que seria pensar no futuro. Porque as escolas, sem alunos, não podem funcionar.”

Vitor Prada Pereira, considera também inevitável o encerramento de uma escola secundária na cidade de Bragança e pede a reformulação da carta educativa do concelho.Sobre esta questão, o presidente da Câmara de Bragança, Jorge Nunes, começou por recusar comentários mas, viria a admitir estar contra o encerramento.

“Já tomámos uma posição no conselho geral do agrupamento de Izeda, por escrito, ditando para ata a posição do município, que se opõe ao encerramento, por razões de coesão territorial, de modelo de desenvolvimento económico e estratégia. Mas há uma reformulação da rede escolar e da carta educativa que tem de ser feita, com associações de pais, directores das escolas, conselho consultivo municipal, a câmara e a assembleia municipal e a DREN.”

Já Rosa Pires, a presidente da junta de freguesia de Izeda, considera impensável o fecho do Agrupamento e garante que ainda não tem conhecimento de nenhuma proposta oficial.

“Não tenho conhecimento de qualquer proposta escrita mas de boatos. Nem o agrupamento de Izeda. Mas não colocamos a hipótese de fecho. Se a proposta for feita por escrito, vamos lutar”, promete.

 

Equipa de Apoio confirma encerramentos de escola

 

Já antes da questão do encerramento de escolas ter sido levantado na Assembleia Municipal de Bragança, Luís Martins, coordenador do Grupo de Apoio às Escolas da Terra Fria, revelou à Brigantia que está a ser feito um estudo para perceber qual a viabilidade das escolas do distrito de Bragança.

E aponta uma solução para Izeda.

“Encerramento propriamente dito, não. Tudo poderá passar por encerrar agrupamento e não encerrar escola”, disse. “A diferença é que o agrupamento preciso de ter número suficiente de alunos, enquanto a escola não precisa de tantos alunos para que se mantenha aberta com as mesmas ofertas formativas.”

Mas o mesmo responsável diz que, no futuro, acabará por ser inevitável encerrar devido à diminuição do número de alunos.

“Neste momento têm mais de cem alunos mas deverão ter menos de cem num futuro próximo. E tecnicamente não é possível ter turmas com menos de 20 alunos. Haver turmas com menos de 20 alunos é o adiar de um problema. Se não encerrarem amanhã, poderão encerrar, por exemplo, daqui a três anos.”

Luís Martins confirmou ainda que todas as escolas com menos de 20 alunos, incluindo as do Zoio e Espinhosela, poderão encerrar já no próximo ano lectivo.

 

Fonte: Brigantia

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